Inelegível, Marçal deve manter pré-candidatura e tumultuar eleições em 2026

247 - O ex-candidato à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB), deve recorrer da decisão do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) que o tornou inelegível por abuso de poder político, informa a jornalista Letícia Casado, do UOL. A tendência é que Marçal arraste a tramitação do processo no Judiciário para tentar se posicionar como um político de peso de olho nas eleições de 2026. Ele é cotado para concorrer à Presidência ou ao governo de São Paulo.

Especialistas em direito eleitoral acreditam que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deve referendar a decisão que tornou Marçal inelegível, tornando difícil a reversão da punição. No entanto, o ex-coach pode entrar com recurso no Superior Tribunal Federal (STF) e se apresentar como pré-candidato enquanto o processo estiver correndo. Ele não poderia registrar sua candidatura oficialmente e precisaria sair de disputa na data limite da oficialização dos candidatos.

Com esse movimento, Marçal poderia se manter em evidência no jogo eleitoral. O advogado do ex-candidato à prefeito, Paulo Hamilton, confirmou a intenção de recorrer até o último momento. "Vamos recorrer até onde entendermos que cabe", disse.

Hamilton afirmou que a defesa pretende entrar com um “embargo de declaração”. "Entendemos que a decisão, embora muito bem fundamentada, não [prova que] houve abuso de poder político, não houve o devido enquadramento. Vamos recorrer e estamos confiantes na análise do TRE, órgão colegiado. Estamos bem esperançosos", afirmou.

"Em tese, vamos utilizar todos os recursos cabíveis dentro do sistema jurídico. O Supremo é instância máxima e isso envolve matéria constitucional. Algo deve chegar no Supremo", completou Hamilton. A estratégia de Marçal deve ser semelhante com a do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está inelegível, mas tem comunicado a aliados que vai se manter como candidato à Presidência.