Grupo Alun adquire a StartSe e projeta faturar R$ 1 bi
Transação em dinheiro e ações antecipa meta da holding educacional e marca saída do fundo Pátria
247 - O Grupo Alun, controlador de marcas como Alura, PM3 e Fiap, anunciou a compra da StartSe, escola de negócios fundada em 2015 em Minas Gerais. A informação foi divulgada pelo NeoFeed, que apurou que a transação envolve pagamento em dinheiro e troca de ações, resultando na saída do fundo Pátria, investidor que havia aportado R$ 75 milhões na companhia em 2021.
Com a aquisição, o Alun deve antecipar em um ano a meta de atingir receita de R$ 1 bilhão. Antes projetada para 2027, a previsão agora é alcançar o marco em 2026, com expectativa de faturamento de R$ 800 milhões já em 2025. O fundador da StartSe, Junior Borneli, seguirá no comando da escola de negócios, agora como unidade independente dentro do grupo, reportando-se ao CEO do Alun, Juliano Tubino.
Convergência de negócios e novos produtos
Segundo Tubino, a fusão traz complementaridade estratégica: “Há uma grande convergência de negócios e de tecnologia. A StartSe abre para a gente a capacidade de entrar em um mercado novo, com outras avenidas de crescimento”, afirmou. Ele destacou ainda que todos os sócios fundadores permanecem na operação, alinhados por um modelo de incentivos.
A primeira iniciativa fruto da integração é o Post-MBA StartSe University, um curso de seis a oito meses que terá início no primeiro trimestre de 2026, com 50 vagas. “Vamos juntar todos os ativos e as experiências que a empresa já oferece e preparar esse curso, em que os executivos terão contato com as últimas tecnologias disponíveis no mercado e com as melhores práticas para preparar suas empresas às novas ondas”, explicou Tubino. O programa incluirá uma imersão de duas semanas na China ou no Vale do Silício.
Estrutura societária e crescimento
O Grupo Alun tem como principais investidores a Crescera Capital e o fundo asiático Seek Capital, que detêm mais de dois terços da participação acionária. O restante é dividido entre cofundadores, como Paulo Silveira. Criada em junho de 2025, a holding reúne marcas com diferentes perfis, da Alura (fundada em 2013) à Fiap (criada em 1993), passando pela PM3, especializada em produtos digitais.
Para Tubino, a chegada da StartSe completa o portfólio: “A gente sempre sentiu falta de ter algo para o nível mais executivo, que é onde a StartSe tem sua liderança. Sempre tivemos uma crença muito forte sobre essa convergência entre negócios e tecnologia. Estamos vivendo a maior oportunidade de um skilling que já existiu”.
Alcance e projeções
Desde a sua fundação, a StartSe já formou mais de 300 mil executivos, entre eles profissionais de 70% das maiores empresas brasileiras. Agora, integrada ao Grupo Alun, a meta conjunta é impactar 15 milhões de profissionais até 2030 — atualmente, o grupo soma 6 milhões de alunos formados, sem contar a base da StartSe.
O negócio inclui ainda as participações da StartSe em startups como a CapTable (plataforma de investimentos), a Snaq (inteligência de dados), o marketplace Digitaliza.ai, a desenvolvedora de aplicativos Gempe e o portal Startups. A operação está em análise pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).