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Eletrobras e Eneva ganham com volatilidade no mercado de curto prazo

BTG Pactual vê potencial de valorização nas empresas em meio à maior instabilidade do mercado spot

Torre de transmissão de energia 11/10/2021 (Foto: REUTERS/Cesar Olmedo)

247 - A Eletrobras e a Eneva surgem como as principais vencedoras diante do atual cenário de preços de energia elétrica no mercado brasileiro de curto prazo. A avaliação foi publicada em reportagem da Reuters.

Um relatório do BTG Pactual aponta que as mudanças regulatórias recentes, implementadas por órgãos do setor, aumentaram a volatilidade e a sustentação dos preços spot, beneficiando companhias preparadas para lidar com essa dinâmica. O banco destaca que ajustes na metodologia de cálculo do preço da energia — incluindo maior cautela em cenários de hidrologia crítica — tornaram o mercado mais sensível e sujeito a oscilações diárias. Enquanto os contratos de longo prazo seguem pressionados pela sobreoferta, sobretudo da expansão solar, o curto prazo abre espaço para geradoras com perfil flexível e capacidade de operar na lógica merchant, ou seja, comercializando energia sem contratos fixos.

Empresas aptas ao modelo “merchant”

Segundo os analistas Antonio Junqueira, Gisele Gushiken e Maria Schutz, “os vencedores a longo prazo neste cenário volátil são aqueles que sabem como lidar com isso e aqueles com ativos que devem ajudar a estabilizar o sistema energético do país”.

Eles ressaltam que nem todas as companhias têm condições de explorar esse modelo de negócios, mas a Eletrobras e a Eneva possuem características que as diferenciam. “Nem todos podem optar pela opção de ‘tornar-se merchant’ no trade-off de venda de energia. A Eletrobras pode. Nem todos os players têm expertise, projetos e gestão para adicionar capacidade térmica ao sistema. A Eneva tem”, afirmam.

Projeções financeiras do BTG

O relatório do BTG Pactual ainda calcula que, se os preços médios de energia alcançarem R$ 200/MWh nos próximos cinco anos e meio, a Eletrobras pode atingir um dividend yield anual de 18%, em média. Já no caso da Eneva, o valor justo de suas ações poderia subir cerca de 18% — equivalente a R$ 3 por papel — caso obtenha uma fatia significativa no leilão de capacidade previsto pelo governo para 2026.

A análise sinaliza que, em um ambiente de maior instabilidade de preços no curto prazo, as empresas capazes de se adaptar ao mercado e oferecer flexibilidade ao sistema elétrico nacional tendem a capturar ganhos relevantes nos próximos anos.

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