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Governo investe R$ 390 mi em inteligência artificial

Programa Inspire visa integrar dados e ampliar a eficiência dos serviços públicos

Governo investe R$ 390 mi em inteligência artificial (Foto: Pixabay Free)

247 - O governo federal vai investir R$ 390 milhões ao longo de quatro anos em plataformas de inteligência artificial destinadas à modernização dos serviços públicos. A iniciativa, segundo a Folha de S. Paulo, recebeu o nome de Inspire e será executada a partir de um convênio entre o MGI (Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos) e o CPQD (Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações)..

Soluções digitais low code e no code

De acordo com o secretário de Governo Digital do MGI, Rogério Mascarenhas, o objetivo é permitir que órgãos criem soluções “low code” e “no code”, com pouca ou nenhuma necessidade de programação. Ele citou como exemplo um sistema capaz de avisar agentes de saúde quando uma criança estiver com vacinas atrasadas ou fora da creche. “A meta é permitir que os órgãos possam desenvolver soluções ‘low code’ ou ‘no code’ em uma plataforma de IA”, explicou. Para Mascarenhas, as ações precisam ser mais “proativas” e, por isso, o ministério ouviu demandas de diferentes órgãos.

Núcleo de inteligência artificial

O MGI também criou o NIA (Núcleo de Inteligência Artificial), responsável por identificar aplicações, mapear oportunidades e estabelecer critérios éticos para o uso da tecnologia. O Inspire prevê ainda a qualificação das bases de dados do governo e o reforço da cibersegurança, além de melhorias em serviços já existentes, como o portal gov.br.

IA e combate a fraudes

Embora o combate a fraudes não seja o objetivo principal do programa, Mascarenhas destacou que essa poderá ser uma consequência natural. “A ideia é empregar IA para integrar as diferentes bases de dados dos órgãos de governo e cruzar informações que podem aumentar a ‘acurácia ou a certeza na concessão de benefícios’”, afirmou. de acordo com a reportagem. Segundo ele, “isso (combater fraudes) é um desdobramento natural do projeto”, o que classificou como uma externalidade positiva.

Exemplos práticos de uso

O diretor do CPQD responsável pelo projeto, Paulo Curado, explicou que a plataforma terá condições de detectar inconsistências em cadastros públicos. Ele deu como exemplo uma cidade em que 10% da população apareça com o mesmo nome e endereço. Segundo Curado, o desafio é reunir dados hoje dispersos em diferentes órgãos de forma segura e interoperável. A proposta é que informações organizadas pela inteligência artificial possam ser utilizadas em sistemas diversos, como no caso dos beneficiários do programa Pé-de-Meia, do Ministério da Educação, que poderiam receber alertas sobre vacinação.

Posição do Brasil no cenário internacional

Mascarenhas destacou ainda que o Brasil ocupa uma colocação distante em comparação às potências mundiais no uso de inteligência artificial no setor público. “No final do ano passado saiu uma pesquisa da Oxford Insights que coloca o Brasil em 36º no uso de IA para serviços públicos ou para governo”, disse. Para ele, ampliar o uso da tecnologia é fundamental para melhorar a posição do país e, sobretudo, para oferecer serviços mais eficientes e informações mais acessíveis ao cidadão.

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