Governo descarta pronunciamento na TV sobre tarifaço de Trump e evita reação política precipitada

247 - O Palácio do Planalto não pretende, ao menos por enquanto, colocar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em cadeia nacional de rádio e televisão para tratar do aumento de tarifas imposto pelos Estados Unidos ao Brasil. 

A informação foi confirmada pelo ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Sidônio Palmeira, à coluna do jornalista Igor Gadelha, do portal Metrópoles, nesta quinta-feira (10).

Segundo o ministro, a hipótese de um pronunciamento não está sequer sendo considerada no momento. A avaliação interna é de que a conjuntura política ainda não comporta uma manifestação pública do presidente em tom solene, sob risco de parecer que o petista estaria tentando tirar proveito político do episódio, especialmente em meio à polarização com o campo bolsonarista.

Estratégia de contenção

Nos bastidores do Planalto, auxiliares de Lula acreditam que o governo tem conseguido conduzir bem a narrativa em torno do “tarifaço” imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reeleito para um segundo mandato em 2025. A leitura é de que a repercussão da medida ainda está sob controle e que uma fala do presidente poderia oferecer uma oportunidade para adversários explorarem politicamente a situação.

“Não seria inteligente dar margem para ataques”, comentou um interlocutor do governo à coluna. A estratégia, neste momento, é manter uma postura institucional, tratando o tema com sobriedade e prudência, principalmente pelo potencial impacto da medida sobre setores relevantes da economia brasileira.

Comunicação restrita

Até o momento, Lula se manifestou apenas por meio de uma nota oficial divulgada pelo governo federal e em uma entrevista concedida à TV Record, gravada na manhã desta quinta-feira no Palácio da Alvorada. Com isso, a comunicação presidencial segue restrita e controlada, sem a amplificação que um pronunciamento em cadeia nacional poderia gerar.