Gleisi destaca coragem de Lula em discurso na ONU: “honra o nosso país”
Ministra disse ter orgulho da trajetória política ao lado de Lula após fala firme na Assembleia Geral da ONU em Nova York
247 - A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), exaltou o discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Assembleia Geral da ONU, realizada nesta terça-feira (23) em Nova York. Em publicação nas redes sociais, a parlamentar classificou a fala como “corajosa e verdadeira”, ressaltando que Lula defendeu a soberania nacional, o multilateralismo, a democracia e o enfrentamento à desigualdade.
“Corajoso e verdadeiro o pronunciamento do presidente Lula na ONU. Defendeu perante o mundo a soberania nacional, o multilateralismo, a democracia, a paz e o enfrentamento à desigualdade. Tenho muito orgulho de fazer a caminhada política com este homem de coragem, que tem causa e sabe o que quer da política. Discurso maravilhoso que honra o nosso país!”, afirmou Gleisi.
Defesa da soberania brasileira
Na abertura de sua fala, Lula reforçou a defesa da soberania dos países, em reação às tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos contra exportações brasileiras. Sem citar diretamente o presidente norte-americano Donald Trump, ele classificou a medida como “arbitrária” e alertou que não aceitará tentativas de interferência em instituições nacionais.
“Não há justificativa para as medidas unilaterais arbitrárias contra nossas instituições e nossa economia. Nossa democracia e nossa soberania são inegociáveis”, declarou.
O presidente também fez referência ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal, citando ataques antidemocráticos e ressaltando que o Brasil resistiu “mesmo sob ataques sem precedentes”.
Críticas ao autoritarismo e às ingerências externas
Lula afirmou que a crise do multilateralismo caminha junto ao enfraquecimento da democracia, denunciando forças autoritárias que “cultuam a violência, exaltam a ignorância, atuam como milícias físicas e digitais e cerceiam a imprensa”.
Sem mencionar nomes, criticou também a atuação de setores da oposição que buscaram apoio no exterior para ampliar sanções contra autoridades brasileiras. Segundo ele, a “extrema direita subserviente” ajuda a fomentar ingerências externas em assuntos internos.
Regulação das plataformas digitais
Outro ponto destacado pelo presidente foi a defesa de uma regulação internacional para as plataformas digitais. Para Lula, as redes sociais têm sido usadas para propagar intolerância e desinformação.
“A internet não pode ser terra sem lei. Regular não é restringir a liberdade de expressão, é garantir que o que já é ilegal no mundo real seja tratado assim também no ambiente virtual”, disse.
Economia e OMC
Em resposta ao avanço do protecionismo, Lula defendeu a reforma da Organização Mundial do Comércio (OMC). Para ele, medidas unilaterais desorganizam cadeias produtivas e geram estagnação econômica global. “Poucas áreas retrocederam tanto como o sistema multilateral de comércio”, alertou.
Genocídio em Gaza
Na parte final, Lula classificou como genocídio a ofensiva israelense contra a população palestina em Gaza e defendeu o reconhecimento do Estado da Palestina. Ele lamentou a ausência do presidente Mahmoud Abbas na ONU, após a retirada de seu visto pelo país anfitrião.
“Os atentados terroristas perpetrados pelo Hamas são indefensáveis sob qualquer ângulo, mas nada absolutamente nada justifica o genocídio em curso em Gaza”, afirmou Lula, reforçando que o Brasil não aceitará a escalada do conflito no Oriente Médio.

