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      Filhos de Bolsonaro elevam ataques a aliados após centrão se aproximar de Tarcísio

      Movimentos de parlamentares em apoio ao governador de São Paulo provocam criticas da família Bolsonaro em meio a incertezas sobre 2026

      O clã Bolsonaro (Foto: Rafael Carvalho/Governo de Transição/Divulgação)

      247 - Os filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) intensificaram nos últimos dias as críticas a aliados políticos após sinais públicos do centrão em favor da candidatura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), à Presidência da República. A informação foi publicada pela Folha de S. Paulo nesta quarta-feira (27).

      Segundo a reportagem, parlamentares e dirigentes de centro e direita avaliam que a postura da família Bolsonaro tem como objetivo preservar o capital político herdado do ex-presidente e, ao mesmo tempo, manter a própria relevância eleitoral, já que os filhos também disputarão cargos em 2026.

      Críticas de Carlos e Eduardo Bolsonaro

      O vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) e o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) foram os mais duros. Nas redes sociais, Carlos afirmou que há uma “completa falta de humanidade diante do que está ocorrendo com quem os possibilitou alçar voos”, em referência ao pai, que pode ser condenado a mais de 40 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento da trama golpista.

      Já Eduardo criticou as articulações para substituir Jair Bolsonaro como candidato. “Se houver necessidade de substituir JB, isso não será feito pela força nem com base em chantagem. Acho que já deixei claro que não me submeto a chantagens”, declarou. Ele disse ainda que não vê estratégia em antecipar esse debate a poucos dias do julgamento do pai.

      Atualmente nos Estados Unidos, onde atua em defesa de sanções contra autoridades brasileiras junto ao governo de Donald Trump, o deputado não esconde a intenção de ser considerado herdeiro político do clã. Eduardo se queixou, inclusive, de não ter sido incluído em pesquisa recente do Instituto Paraná Pesquisas, que testou os nomes de Tarcísio, Michelle Bolsonaro e o próprio ex-presidente.

      Jair Renan e Flávio adotam caminhos distintos

      A ausência de Eduardo nos levantamentos também foi alvo de críticas de Jair Renan Bolsonaro, vereador em Balneário Camboriú (PL-SC). Ele classificou o irmão como a “opção natural da direita” e questionou: “Por que será que o sistema tenta escondê-lo?”.

      Flávio Bolsonaro (PL-RJ), por sua vez, mantém postura mais discreta. Interlocutores relatam que ele evita ataques diretos a Tarcísio e a possíveis sucessores, preservando pontes políticas. Em Brasília, Flávio é visto como o principal porta-voz do pai e o filho mais próximo dele no dia a dia.

      O papel do centrão e os movimentos de Tarcísio

      Nos bastidores, dirigentes do PL e do PP observam com atenção os gestos em direção a Tarcísio. A avaliação é que a oficialização de sua pré-candidatura deve ocorrer após o provável desfecho do julgamento de Bolsonaro no STF, entre novembro e dezembro, em tempo de estruturar campanhas nacionais e regionais.

      Embora negue publicamente qualquer intenção de disputar a Presidência, Tarcísio tem adotado discursos interpretados como de pré-candidato, reforçando vínculos com o mercado financeiro e o agronegócio, ao mesmo tempo em que mantém a lealdade ao ex-presidente.

      Na celebração dos 20 anos do Republicanos, o governador foi uma das principais figuras da festa. No mesmo dia, Valdemar Costa Neto, presidente do PL, disse ter tratado diretamente com Tarcísio sobre um eventual ingresso dele no partido caso decida disputar o Planalto.

      Apoio de líderes partidários

      Além do PL, figuras como Ciro Nogueira (PP-PI) e Antonio Rueda (União Brasil) surgem como entusiastas da candidatura de Tarcísio. Um jantar entre governadores de oposição, realizado no dia da aprovação da federação União Brasil-PP, foi interpretado como uma espécie de pré-lançamento político para 2026.

      Mesmo sem anúncio oficial, a movimentação de bastidores indica que o governador de São Paulo se consolidou como peça-chave nas articulações da direita e centro-direita para as próximas eleições.

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