Em conversa com Jair Bolsonaro, Eduardo demonstra receio de que Trump "vire as costas"
O deputado sugeriu que era necessário o seu pai manifestar apoio ao presidente dos EUA e também disse que o ex-mandatário brasileiro não seria preso
247 - O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) pediu ao pai dele, Jair Bolsonaro, que se apressasse em manifestações de apoio ao presidente norte-americano, Donald Trump. A Polícia Federal indiciou os dois políticos da extrema direita brasileira por obstrução judicial no inquérito da trama golpista.
Eduardo demonstra preocupação de que o republicano “vire as costas” ao Brasil e “passe para a próxima”, caso não recebesse um gesto público de Jair Bolsonaro.
“Opinião pública vai entender e você tem tempo para reverter, se for o caso”, afirmou Eduardo ao pai dele. “Você não vai ter tempo de reverter se o cara daqui virar as costas para você. Aqui é tudo muito melindroso, qualquer coisinha afeta”, continuou.
“Na situação de hoje, você nem precisa se preocupar com cadeia, você não será preso. Mas tenho receio que, por aqui, as coisas mudem. Mesmo dentro da Casa Branca tem gente falando para o 01: ‘ok, Brasil já foi. Vamos para a próxima’.”
Em seguida, Eduardo reforçou a necessidade de Bolsonaro publicar mensagem de agradecimento a Trump. “Eu quero postergar este bom momento de agora, mas se o nosso cara vai encontrar o 01 sem nenhum tweet seu, te adianto que isto não será bem recebido.”
Entenda
Réu no inquérito da trama golpista, Jair Bolsonaro está em prisão domiciliar e cumpre medidas cautelares. Enquanto as apurações estão em andamento, ele e o seu filho iniciaram articulações com o presidente Trump para impor sanções ao Brasil e ao Supremo Tribunal Federal, uma maneira de obstruir as investigações.
As retaliações dos Estados Unidos têm o ministro Alexandre de Moraes como principal alvo no Supremo. A sanção mais dura até o momento foi a restrição ao cartão de crédito do magistrado. O governo dos EUA também havia determinado o bloqueio de possíveis bens e ativos financeiros que estejam supostamente ligados ao ministro do STF Alexandre de Moraes, principal magistrado alvo das retaliações dos EUA.
O juiz da Corte também não pode fazer transações ou movimentações financeiras em instituições sob jurisdição norte-americana.
O ministro disse que a medida "não vai mudar nada", porque ele não possui contas, investimentos ou patrimônio nos Estados Unidos.