CPMI do INSS aprova pedido de prisão preventiva e quebra de sigilos de Nelson Wilians
Parlamentares apontam elo entre o advogado e esquema de fraudes envolvendo o INSS
247 - A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) aprovou nesta quinta-feira (25) requerimentos que autorizam a quebra dos sigilos bancário e fiscal do advogado Nelson Wilians, em períodos distintos entre 2019 e 2025. O colegiado também decidiu enviar ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido de prisão preventiva contra o advogado, informa o g1.
A Polícia Federal e a Procuradoria-Geral da República (PGR) já haviam solicitado no início de setembro a prisão de Wilians. O pedido, no entanto, foi rejeitado pelo ministro do STF André Mendonça, que entendeu haver elementos para medidas cautelares contra outros investigados, mas não para a detenção do advogado.
Investigações apontam elo financeiro
A Polícia Federal trata Nelson Wilians como peça central em um esquema de desvios que teria beneficiado aposentados e pensionistas do INSS. Segundo os investigadores, ele seria utilizado pelo empresário Maurício Camisotti para movimentar e ocultar valores ilícitos.
“As comunicações do COAF apresentam, de forma clara e objetiva, que Maurício Camisotti possui Nelson Wilians como meio para auferimento de recursos ilícitos”, destacou a PF em relatório encaminhado ao Supremo Tribunal Federal.
O vínculo entre os dois também foi citado em outras diligências, que identificaram uma rede de transações financeiras envolvendo entidades suspeitas de fraudes previdenciárias. Camisotti e Antônio Carlos Camilo Antunes chegaram a ser presos preventivamente com autorização de Mendonça.
Depoimento de Nelson Wilians à CPMI
Em sessão da CPMI, Nelson Wilians negou envolvimento em qualquer irregularidade e afirmou que conhece Camisotti, mas não mantém relações com o “Careca do INSS”, apontado como operador do esquema.
“Eu não conheço o careca do INSS”, declarou o advogado durante seu depoimento. Ele também frisou que não teve participação nos desvios e defendeu a operação da Polícia Federal, da qual foi alvo.
Desdobramentos no Supremo
Ao analisar anteriormente o caso, André Mendonça afirmou que havia elementos suficientes para manter a prisão de Camisotti e Antunes, mas não de Wilians.
Com os novos requerimentos aprovados pela CPMI e o pedido de prisão encaminhado ao STF, o futuro jurídico de Nelson Wilians segue em aberto, agora com maior pressão política e investigativa sobre seu papel no esquema de fraudes previdenciárias.