Confiança X governabilidade: debate sobre Messias ou Pacheco para o STF esquenta em Brasília
Ministros do STF apontam dois caminhos para Lula escolher substituto de Barroso. Nomeação pode ser trunfo para o presidente junto ao Congresso
247 - A decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o substituto de Luís Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal (STF) está gerando intensos debates em Brasília. Após o anúncio da antecipação da aposentadoria de Barroso na quinta-feira (9), ministros da corte e assessores do Palácio do Planalto apontam que o presidente terá de escolher entre dois critérios para essa nomeação: a confiança, já utilizada por Lula em suas escolhas anteriores, ou a governabilidade, considerando o cenário político em que o país se encontra.
Segundo Bela Megale, do jornal O Globo, no caso da confiança, como foi com os ministros Cristiano Zanin e Flávio Dino, o presidente poderia optar por Jorge Messias, atual advogado-geral da União e aliado de longa data do PT. Messias, que goza de ampla aprovação dentro do partido, é visto como o nome mais provável entre os apoiadores de Lula. Para os ministros do STF, se o critério escolhido for este, a decisão seria praticamente certa a favor de Messias.
Entretanto, há quem defenda que, com a proximidade das eleições de 2026 e a necessidade de manter um bom relacionamento com o Senado, Lula poderia priorizar a governabilidade. Nesse cenário, o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) seria o favorito. O apoio de Davi Alcolumbre (União-AP), presidente do Senado, é apontado como um trunfo para Pacheco, que já tem o respaldo de figuras influentes dentro do STF, como Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes. Além disso, a pressão sobre Lula para indicar Pacheco tem aumentado, e senadores têm manifestado apoio à escolha do parlamentar.
Apesar das pressões internas e externas, fontes próximas ao governo afirmam que Lula decidirá por conta própria, levando em conta o que considerar mais relevante no momento.
Ao contrário do que se ventila, o processo de escolha do novo ministro do STF pode não ser tão rápido. Há a expectativa de que o presidente demore pelo menos o mesmo tempo que levou para definir as indicações anteriores, ou seja, um período de algumas semanas até finalmente anunciar o nome do substituto de Barroso. Em Brasília, o debate sobre confiança versus governabilidade continua a dividir opiniões, com a decisão de Lula sendo aguardada com grande expectativa.