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Ciro Nogueira abre o jogo sobre a direita sem rumo no País

Senador critica falta de unidade entre conservadores enquanto Tarcísio de Freitas se afasta da disputa presidencial de 2026

Ciro Nogueira (Foto: Andressa Anholete/Agência Senado)

247 - O senador Ciro Nogueira (PP-PI) fez duras críticas à desarticulação da direita brasileira em postagem nesta sexta-feira (26) no X, antigo Twitter. “Já está passando de todos os limites a falta de bom senso na Direita, digo aqui a centro direita, a própria direita e seu extremo. Ou nos unificamos ou vamos jogar fora uma eleição ganha outra vez”, escreveu. Segundo ele, a fragmentação só beneficia o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Por mais que tenhamos divergências, não podemos ser cabo eleitoral de Lula, do PT e do Psol. Não podemos fazer isso com o Brasil”.

As declarações de Ciro ocorrem em meio a um cenário de incertezas dentro do campo conservador. De acordo com reportagem de Gerson Camarotti, do g1, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), já comunicou a aliados que não pretende disputar a Presidência em 2026, reforçando a percepção de falta de liderança e coesão entre os partidos de direita.

Tarcísio fora da corrida nacional

Em conversas reservadas, Tarcísio afirmou que está convicto de que ficará fora da corrida presidencial. O principal motivo, segundo interlocutores, é a falta de unidade entre as forças conservadoras. Ele avalia que a atuação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) agravou as divisões internas ao estimular articulações que levaram os Estados Unidos a aplicar sanções ao Brasil, medida que acabou fortalecendo Lula no cenário político.

Além disso, Tarcísio tem concentrado sua estratégia em buscar a reeleição ao governo paulista. O governador considera arriscado depender do apoio da família Bolsonaro e teme os custos de renunciar ao cargo até abril de 2026 para concorrer ao Planalto. Pessoas próximas revelam que ele também leva em conta a segurança da família e a estabilidade pessoal diante da instabilidade política.

Sucessão na direita em aberto

Com a saída de Tarcísio do tabuleiro nacional e Jair Bolsonaro (PL) inelegível, cresce a movimentação em torno do governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD). Ele vem ampliando sua articulação política, aproximando-se do presidente do PSD, Gilberto Kassab, e construindo alianças para se consolidar como alternativa da direita ao Palácio do Planalto em 2026.

Enquanto isso, a fala de Ciro Nogueira evidencia a dificuldade do campo conservador em encontrar um nome de consenso. A fragmentação ameaça produzir uma dispersão de votos, o que deve favorecer Lula.

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