Bolsonaro será ouvido em 48 horas sobre coação no processo do golpe
O Supremo informou que Alexandre de Moraes remeteu à PGR o relatório da PF que imputa crimes a Jair Bolsonaro e ao deputado Eduardo Bolsonaro
247 - Indiciado pela Polícia Federal nesta quarta-feira (20) por obstrução judicial das investigações da trama golpista, Jair Bolsonaro (PL) tem um prazo de até 48 horas para ser ouvido. O Supremo informou que o ministro Alexandre de Moraes remeteu à Procuradoria-Geral da República (PGR) o relatório da PF que imputa crimes a Jair Bolsonaro e ao deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), outro indiciado.
O ex-mandatário é réu na investigação do plano golpista e será julgado no dia 2 de setembro pelo STF. Atualmente, ele também cumpre prisão domiciliar e algumas medidas cautelares.
O relatório da PF também mencionou a participação do jornalista bolsonarista Paulo Figueiredo e do pastor Silas Malafaia. De acordo com a investigação, o grupo buscou interferir na investigação e queria pressionar instituições democráticas para “subjugá-las a interesses pessoais e específicos”.
De acordo com a PF, Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo articularam, junto a autoridades dos Estados Unidos, a imposição de sanções contra agentes públicos brasileiros, sob a alegação de perseguição política ao ex-presidente. Já Silas Malafaia teria atuado na definição de estratégias de pressão, na disseminação de informações falsas e na coordenação de ações direcionadas à cúpula do Judiciário.
A apuração reúne elementos periciais extraídos do celular de Jair Bolsonaro, atualmente em prisão domiciliar. Os dados indicam violação reiterada da proibição de uso de redes sociais, incluindo compartilhamento de vídeos sobre as sanções norte-americanas impostas ao ministro Alexandre de Moraes e a divulgação de eventos.
A PF apontou ainda conversas por WhatsApp entre Bolsonaro e o advogado norte-americano Martin de Luca, representante da Trump Media & Technology Group (TMTG) e da plataforma Rumble. Em fevereiro de 2025, de Luca atuou nos Estados Unidos em ações judiciais contra Moraes, alegando censura e violação de tratados internacionais; os casos envolveram o atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enquanto líder da TMTG à época dos registros mencionados na investigação.
No tópico risco de fuga, os investigadores relataram a apreensão de um documento de 33 páginas que trata de pedido de asilo político ao presidente da Argentina, Javier Milei, elemento citado por Moraes ao fixar o prazo para manifestação da defesa.
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