Bolsonaro aceita candidatura de Tarcísio, mas exige Michelle como vice, dizem aliados
Ex-mandatário impõe ex-primeira-dama como vice e cobra união do centro-direita em torno de Tarcísio
247 - Aliados de Jair Bolsonaro (PL) afirmam que o ex-presidente aceitou apoiar Tarcísio de Freitas (Republicanos) como candidato ao Planalto em 2026, mas estabeleceu duas condições: Michelle Bolsonaro (PL) precisa ser a vice e o governador paulista deve costurar uma ampla frente entre partidos de centro e direita. Segundo a Folha de S. Paulo,a proposta enfrenta forte resistência dentro do campo político, especialmente entre siglas que rejeitam a presença da ex-primeira-dama na chapa.
Encontro em Brasília e mudança de postura
Na última segunda-feira (29), Tarcísio esteve em Brasília para visitar Bolsonaro, que cumpre prisão domiciliar e está inelegível. Após a reunião, declarou à imprensa que sua prioridade em 2026 é disputar a reeleição em São Paulo.
Bolsonaro, que vinha relutando em declarar apoio ao governador, mudou de tom. Segundo interlocutores, ele agora faz questão de manter o sobrenome Bolsonaro na chapa e vê Michelle como peça-chave para mobilizar sua base de apoiadores pelo país.
Obstáculos para consolidar a chapa
Ainda de acordo com a reportagem, a expectativa é que Tarcísio troque o Republicanos pelo PL até dezembro. Mas o nome de Michelle também aparece como possível candidata ao Senado no Distrito Federal, o que gera incertezas.
Dirigentes de partidos de centro e direita não aceitam a inclusão de familiares de Bolsonaro na vice. Nesse vácuo, outros nomes começam a ganhar força. O senador Ciro Nogueira (PP-PI) articula para ser vice, enquanto aliados do centrão cogitam a senadora Tereza Cristina (PP-MS).
Tarcísio ainda resiste a disputar o Planalto
Apesar da pressão, Tarcísio demonstra cautela. A aliados, teria dito que a oposição de Eduardo Bolsonaro à sua candidatura e a conjuntura política nacional o desanimam a encarar uma disputa presidencial. O governador também considera o favoritismo na reeleição em São Paulo uma opção mais segura.
Na conversa com Bolsonaro, o foco também recaiu sobre possíveis candidaturas ao Senado em São Paulo em 2026, o que reforça a ideia de que, por ora, Tarcísio prefere evitar o desgaste de uma corrida nacional.
Lula recupera apoio popular e vence no Congresso
Enquanto a oposição se divide, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva conseguiu recuperar parte de sua popularidade. Segundo o Datafolha, a aprovação do governo subiu em setembro para 33%, contra 38% de rejeição, melhor índice do ano.
No Congresso, Lula obteve vitórias importantes. A Câmara aprovou por unanimidade a proposta de isenção do Imposto de Renda para salários de até R$ 5.000, medida vista como trunfo eleitoral. Até parlamentares do PL de Bolsonaro apoiaram o texto, que havia sido ameaçado de mudanças, mas acabou mantido.