Bolsonaristas veem voto de Fux como chance de reforçar pressão por anistia total
Grupo rejeita proposta de anistia light e intensifica ofensiva contra Alcolumbre e Hugo Motta
247 - O voto do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux em favor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), dado na quarta-feira (10), deu força ao núcleo duro do bolsonarismo para pressionar por uma anistia total aos golpistas. As informações são da jornalista Andréia Sadi, do g1.
O senador Rogério Marinho (PL-RN) levou a Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do PL na Câmara, a sugestão de uma “anistia light”, que perdoaria apenas os réus do 8 de janeiro, excluindo Bolsonaro. A família do ex-presidente, no entanto, rechaçou de imediato a possibilidade. O próprio Marinho negou a articulação: “Todas as nossas manifestações públicas reforçam a defesa de uma anistia ampla, geral e irrestrita”, declarou.
O embate entre anistia total e proposta light
Enquanto a proposta do PL prevê perdão para investigados desde 2019 por ataques a instituições, questionamentos ao processo eleitoral e incitação à polarização política — o que beneficiaria diretamente Bolsonaro —, a alternativa defendida no Senado, batizada de “anistia light”, encontrou apoio em Davi Alcolumbre (União-AP). O presidente do Senado, próximo ao ministro Alexandre de Moraes, acredita que o projeto pode reduzir a pressão por pedidos de impeachment contra o magistrado.
Para os bolsonaristas, no entanto, a proposta é inaceitável, pois enfraquece o principal objetivo político: garantir a absolvição de Bolsonaro.
Mensagens revelam preocupação com apoio externo
Mensagens interceptadas pela Polícia Federal mostram que Eduardo Bolsonaro (PL-SP) alertou o pai de que a aprovação da anistia restrita poderia comprometer o apoio internacional, inclusive do atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. “Se a anistia light passar, a última ajuda vinda dos EUA terá sido o post do Trump. Eles não irão mais ajudar”, escreveu.
Eduardo teria ainda enfatizado que o grupo precisava escolher entre “ajudar o Brasil, brecar o STF e resgatar a democracia” ou simplesmente libertar manifestantes do 8 de janeiro em regime semiaberto.
Pressão contra líderes do Congresso
Nesta quinta-feira (11), o aliado de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos, Paulo Figueiredo, declarou ao g1 que a única saída aceitável é a anistia “ampla, geral e irrestrita”. Caso contrário, afirmou que o grupo vai mobilizar pressões pela destituição de Davi Alcolumbre e de Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Câmara.