Alvo das manifestações, Hugo Motta é aconselhado a pautar projetos de interesse popular na Câmara
Planalto vê oportunidade para avançar agenda econômica diante de pressão sobre o presidente da Câmara
247 - O deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) se tornou o principal alvo das manifestações de domingo (21), organizadas em diversas cidades contra a chamada PEC da Blindagem e o projeto de anistia. As informações são do jornalista Valdo Cruz, do g1.
Movimentos de esquerda retrataram Motta como articulador de uma agenda que favoreceria parlamentares investigados e aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O Planalto, por sua vez, avalia que a fragilidade do deputado pode abrir espaço para o governo avançar em projetos de natureza econômica, considerados prioritários para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
PEC da Blindagem e PL da Anistia no centro das críticas
A crise política de Motta teve início quando ele cedeu às pressões do Centrão e da base bolsonarista, colocando em pauta a PEC da Blindagem. A proposta prevê mecanismos de proteção para deputados e senadores investigados pela Polícia Federal, inclusive em casos que envolvem desvios de recursos de emendas parlamentares.
Na sequência, o parlamentar também deu andamento ao requerimento de urgência do projeto que concede anistia a condenados pela tentativa de golpe no Brasil. Essas duas iniciativas desencadearam forte reação da sociedade civil e levaram milhares de pessoas às ruas.
Ruas mobilizadas e reação do governo
Os atos de domingo surpreenderam pela dimensão, reunindo público semelhante ao registrado em manifestações bolsonaristas recentes. Para o governo Lula, o movimento serviu como demonstração de força dos setores progressistas e da população crítica ao Congresso Nacional, especialmente aos partidos de direita.
Integrantes do Palácio do Planalto ressaltaram que o fator decisivo foi a mobilização vinda “das ruas”, sem apoio oficial do governo. Ainda assim, destacaram o impacto positivo da resposta social. As manifestações foram organizadas de maneira acelerada, em apenas quatro dias, e ocorreram sem a presença de autoridades da gestão federal, o que conferiu caráter autônomo aos protestos.