Alcolumbre resiste à criação de CPMI sobre fraudes no INSS
Aliados dizem que comissão aumentaria tensão política e atrasaria votações no Congresso em 2025
247 - O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), tem sinalizado resistência à instalação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar fraudes bilionárias no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Segundo informações apuradas pela CNN Brasil, o senador tem adotado uma postura de cautela e ponderado os impactos políticos de uma investigação nesse formato.
Apesar de ainda não ter batido o martelo, Alcolumbre indicou que pretende dialogar com integrantes da oposição nos próximos dias. A avaliação de aliados próximos, no entanto, é de que a abertura de uma CPMI poderia gerar instabilidade e comprometer a agenda legislativa planejada pelo Senado para o ano de 2025.
A posição do presidente do Senado ecoa a de Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Câmara dos Deputados, que também tem evitado dar andamento a pedidos de CPI apresentados por parlamentares do Partido Liberal (PL). Na Câmara, Motta argumenta que há uma fila de 11 solicitações de CPIs já protocoladas e que precisam ser analisadas antes de qualquer nova comissão. Ele também deve se reunir com a oposição, mas não há perspectiva de mudança imediata no cenário.
Mesmo diante das resistências, deputados e senadores favoráveis à investigação devem protocolar formalmente o pedido de abertura da CPMI nesta terça-feira (6). De acordo com a deputada Coronel Fernanda (PL-MT) e a senadora Damares Alves (Republicanos-DF), o grupo já reuniu as assinaturas necessárias — pelo menos 182 deputados e 29 senadores — e pretende agendar reuniões com os presidentes das duas Casas para discutir o andamento da proposta.
O caso das fraudes no INSS ganhou destaque após a revelação de um esquema que, segundo a Controladoria-Geral da União (CGU) e a Polícia Federal, desviou bilhões de reais por meio de descontos indevidos em benefícios de aposentados e pensionistas. Entidades sindicais teriam sido usadas para filiar pessoas sem autorização, mediante pagamento de propina a servidores públicos, com prejuízos estimados em até R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024.
Embora o governo federal já tenha iniciado uma força-tarefa para ressarcir as vítimas e revisar os cadastros, parte da oposição defende a abertura da CPMI para desgastar a imagem do governo.
❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com [email protected].
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: