Aggreko assegura R$ 440 mi em contratos na Amazônia em meio a disputa na Aneel
Multinacional conquista maior fatia de projetos do MME e espera decisão regulatória que pode custar mais de R$ 3 bi
247 - A Aggreko, multinacional de geração de energia, conquistou R$ 440 milhões em novos contratos do Ministério de Minas e Energia (MME) para sistemas isolados da Amazônia.
A vitória, consolidada na Resolução nº 30, amplia o domínio da companhia na região ao mesmo tempo em que enfrenta um processo regulatório na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) que pode custar mais de R$ 3 bilhões. As informações são do Brazil Stock Guide.
O pacote aprovado pelo MME soma R$ 829 milhões (US$ 154 milhões) em 14 projetos de quatro empresas. Do total de R$ 510 milhões (US$ 95 milhões) de recursos do programa federal, 85% ficaram com a Aggreko. Oliveira Energia recebeu R$ 37 milhões, Eletrobras (ELET3:B3) R$ 18 milhões e Roraima Energia R$ 11,7 milhões. A decisão deve beneficiar 652 mil pessoas em 36 localidades.
Segundo o diretor da Aneel Fernando Mosna, contratos do Leilão dos Sistemas Isolados de 2016 podem ter incluído indevidamente 25% de ICMS na venda de energia elétrica no Amazonas. Isso, de acordo com a agência, gerou custos adicionais para a Conta de Consumo de Combustíveis (CCC), fundo pago por todos os consumidores.
A aprovação dos novos contratos fortalece a posição da Aggreko em um mercado estratégico para a transição energética brasileira. Porém, o desfecho do processo na Aneel pode redefinir contratos antigos, com impacto direto sobre receitas e fluxo de caixa das companhias envolvidas.
Aggreko domina recursos do programa
A multinacional ficou com a maior fatia dos recursos, consolidando sua liderança nos sistemas isolados da Amazônia. O resultado reforça sua dependência de contratos públicos em uma região onde o diesel ainda é a principal fonte de geração.
Aneel avalia devolução bilionária
O voto preliminar de Mosna prevê devolução dos valores a partir de 2019, corrigidos pelo IPCA e parcelados em até 60 meses. O cálculo supera R$ 3 bilhões (US$ 556 milhões). A decisão final será analisada pelo colegiado da Aneel nas próximas semanas.