Advogado do Prerrogativas pode ter sido morto por metanol
Polícia Civil de São Paulo apura se intoxicação por bebida adulterada causou a morte do criminalista Luiz Fernando Pacheco, ex-conselheiro da OAB
247 – A Polícia Civil de São Paulo investiga se a morte do advogado criminalista Luiz Fernando Sá e Souza Pacheco, de 51 anos, foi provocada por intoxicação por metanol. De acordo com o Metrópoles, o advogado passou mal na madrugada de quarta-feira (1º/10), em Higienópolis, região central da capital, e não resistiu após apresentar convulsões e dificuldades respiratórias, sintomas típicos de envenenamento pela substância.
Pouco antes de parar de responder às mensagens de amigos e colegas, Pacheco enviou um texto em tom de piada em um grupo: “Desculpe os erros, tomei metanol”.
Amiga descarta ligação da mensagem com a morte
Uma amiga do advogado afirmou ao Metrópoles que a frase não deve ser interpretada como indício da causa do óbito. “Foi apenas uma brincadeira, nada concreto que tenha contribuído para a causa da morte”, disse.
O boletim de ocorrência indica que Pacheco estava em um bar antes de pegar um carro de aplicativo para outro local, quando perdeu contato com conhecidos. A Secretaria de Segurança Pública informou que os laudos periciais estão em andamento e serão fundamentais para esclarecer as circunstâncias da morte.
Trajetória de Luiz Fernando Pacheco
Formado em Direito pela Universidade Presbiteriana Mackenzie em 1996, Pacheco começou a carreira no escritório do ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos. Ficou nacionalmente conhecido por defender o então deputado José Genoino (PT-SP) no processo do Mensalão.
Ele foi um dos fundadores do grupo Prerrogativas, composto por juristas em defesa da democracia e dos direitos fundamentais. Também foi conselheiro da OAB-SP em dois mandatos (2019-2021 e 2022-2024), presidiu a Comissão de Prerrogativas e exerceu a vice-presidência do Conselho Deliberativo do Instituto de Defesa do Direito de Defesa (IDDD). Além disso, integrou o Conselho Nacional Antidrogas da Presidência da República.
Nos últimos anos, trabalhava em seu próprio escritório, no bairro do Itaim Bibi, zona sul da capital paulista.
Epidemia de intoxicações por metanol em São Paulo
O caso acontece em meio a uma série de operações contra a venda de bebidas adulteradas. Segundo a Secretaria da Saúde de São Paulo, 37 casos de intoxicação foram registrados desde setembro — 27 suspeitos e 10 confirmados —, com seis mortes contabilizadas até agora.
Entre terça e quarta-feira, autoridades apreenderam 800 garrafas de bebidas alcoólicas adulteradas. Ao todo, quatro bares e duas distribuidoras foram interditados cautelarmente em diferentes bairros da capital — como Bela Vista, Itaim Bibi, Jardins e Mooca —, além de estabelecimentos em São Bernardo do Campo e Barueri.
A Polícia Civil já prendeu duas pessoas suspeitas de envolvimento no esquema de adulteração. Os estabelecimentos seguem fechados até a conclusão das investigações.