'Transição justa é sobre pessoas, não apenas economia', afirma Luiz Marinho
Ministro Luiz Marinho participou do Seminário Pré-COP30 e destacou a importância do trabalho decente e da inclusão social nas políticas climáticas
247 - O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho (PT), participou na quarta-feira (8) da abertura do Seminário Pré-COP30, realizado no Instituto Rio Branco, em Brasília (DF). O evento, promovido pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) em parceria com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), reuniu representantes do governo, organismos internacionais, e entidades sindicais e empresariais para discutir a transição justa no Brasil.
Durante sua participação, Marinho destacou que a transição para uma economia sustentável deve ser centrada nas pessoas, especialmente nos trabalhadores e trabalhadoras. Em sua fala, o ministro enfatizou que a transição não pode se limitar à economia ou à tecnologia, mas deve garantir direitos sociais, empregos decentes e oportunidades de formação para que todos possam se adaptar às novas exigências de uma economia verde. "A transição justa não é apenas sobre economia ou tecnologia. É sobre pessoas – trabalhadores e trabalhadoras que estão no centro de todas as políticas", afirmou o ministro, ressaltando a necessidade de um processo inclusivo.
Marinho também destacou o papel crucial dos sindicatos no processo de transição. "Os sindicatos precisam ser sujeitos constitutivos da estratégia de transição. Por meio da negociação coletiva e da participação ativa na formulação de políticas públicas, conseguiremos enfrentar os desafios climáticos e sociais do país. Não podemos deixar ninguém para trás", afirmou. Para o ministro, é essencial a criação de um sistema público de emprego e renda que prepare os trabalhadores para uma economia que respeite o meio ambiente, promovendo um ciclo virtuoso de crescimento sustentável.
Clemente Ganz Lúcio, enviado especial da Presidência da COP30 para os sindicatos, também reforçou a importância de incluir os trabalhadores nas decisões políticas sobre a transição energética. "Para que a transição seja justa, é fundamental colocar os trabalhadores no centro das decisões. Isso significa fortalecer o diálogo social e garantir que os sindicatos participem ativamente de todas as etapas de formulação das políticas", disse. Segundo Lúcio, a participação dos trabalhadores é essencial para que qualquer plano de transição não seja incompleto ou desigual.
Ana Toni, diretora-executiva da COP30, complementou a fala de Lúcio, destacando a importância do alinhamento entre governo, empresas e trabalhadores. "O Brasil está avançando na integração da agenda climática com o desenvolvimento econômico e social. Eventos como este são essenciais para compartilhar experiências, alinhar estratégias e promover a cooperação internacional", afirmou Toni, ressaltando que a transição justa deve ser inclusiva e garantir que os benefícios do crescimento sustentável cheguem a todos.
Durante o seminário, Dan Ioschpe, campeão climático de Alto Nível da COP30, discutiu os desafios da transição energética, ressaltando que a criação de empregos verdes e a capacitação dos trabalhadores são fundamentais. "A transição para uma economia de baixo carbono não pode ser apenas um debate econômico; precisamos criar empregos verdes decentes, investir na capacitação dos trabalhadores e garantir que ninguém fique para trás", disse Ioschpe.
A importância da cooperação internacional também foi abordada pela embaixadora da Espanha no Brasil, Pilar Fernández-Palacios. Ela enfatizou que os desafios climáticos são globais e só podem ser superados com a colaboração entre governos, empresas e trabalhadores. "A Espanha tem trabalhado há décadas em defesa do trabalho decente e na promoção de uma transição energética sustentável e inclusiva. É essencial unir esforços em um modelo multilateral", destacou Fernández-Palacios.
Por fim, o diretor da OIT no Brasil, Vinicius Carvalho Pinheiro, alertou sobre os impactos das mudanças climáticas sobre a força de trabalho mundial. Ele destacou a necessidade de políticas de proteção social e segurança no trabalho para garantir uma transição justa. "Estudos mostram que dois terços da força de trabalho mundial já estão expostos a condições de calor extremo, com impactos diretos na saúde física e mental. Precisamos garantir segurança no ambiente de trabalho, acesso à formação profissional e sistemas de proteção social", afirmou Pinheiro.
O seminário foi encerrado por Luiz Marinho, que reiterou a necessidade de cooperação entre todos os envolvidos no processo de transição. "Só por meio da união entre governo, trabalhadores, empregadores e organismos internacionais conseguiremos enfrentar os desafios climáticos e sociais e construir um futuro justo e sustentável para todos", concluiu o ministro.