Rios da Amazônia estão até 4 metros mais altos que em 2024 e governo garante normalidade na navegação
Ministério de Portos e Aeroportos monitora níveis dos rios e afirma que transporte de cargas e passageiros seguirá sem transtornos na região
247 - Os principais rios da Amazônia estão com níveis de água até quatro metros acima dos registrados no mesmo período de 2024, quando uma das estiagens mais severas da história recente comprometeu a navegação de cargas e passageiros na região. A informação consta de boletim interno da Secretaria Nacional de Hidrovias e Navegação (SNHN), vinculada ao Ministério de Portos e Aeroportos (MPor), divulgado nesta semana.
De acordo com os dados, o cenário atual é considerado favorável e não há previsão de interrupções logísticas como as vivenciadas no ano anterior. O boletim é utilizado pela SNHN como base para tomada de decisões antecipadas, incluindo a ativação de contratos de dragagem preventiva em trechos críticos das hidrovias.
Contratos de longo prazo dão segurança para navegação no Solimões e no Amazonas - No rio Solimões, onde o ministério implementou neste ano um contrato inédito de dragagem com vigência de cinco anos, os indicadores são expressivos: a lâmina d’água está 409 centímetros mais alta em São Paulo de Olivença, 363 cm acima em Tabatinga e 445 cm em Coari, comparados aos mesmos pontos em agosto de 2024.
“É uma região que depende muito das condições de navegabilidade para a chegada de alimentos, combustível e medicamentos, e os níveis atuais indicam que não deverá haver transtornos no transporte de passageiros e de carga no estado, como ocorreu no ano passado”, afirmou o secretário nacional de Hidrovias, Dino Antunes.
Antunes ainda destacou a importância do contrato contínuo de dragagem: “As medidas adotadas em 2024 já permitem uma solução mais permanente, em caso de estiagem severa, pois contratamos serviços de dragagem por cinco anos. Ou seja, a empresa contratada já está à disposição para usar seus equipamentos nos pontos adequados, caso haja necessidade”.
Níveis do Amazonas e do rio Negro também estão acima da média - O contrato também cobre o rio Amazonas, no trecho estratégico de 200 km entre Manaus e Itacoatiara, um dos principais corredores de transporte fluvial da região. O nível do rio em Itacoatiara está 322 cm acima do que foi registrado no mesmo período de 2024, enquanto o rio Negro, em Manaus, apresenta elevação de 339 cm.
O secretário reforçou a relevância do trecho para a logística da Zona Franca e do abastecimento da capital amazonense: “O trecho entre Itacoatiara e Manaus é fundamental para o transporte de grandes cargas que abastecem a capital e a Zona Franca de Manaus, ou seja, tem forte impacto na economia do estado. Vamos continuar acompanhando de perto o desempenho do rio para adotar as medidas necessárias, caso surjam bancos de areia que prejudiquem a navegação. A princípio, as condições atuais do rio não indicam problemas”.
Dragagem permanente evita atrasos e garante resposta rápida - Para evitar gargalos como os enfrentados anteriormente com as licitações anuais, o MPor investiu cerca de R$ 500 milhões no final de 2024 para firmar contratos de manutenção de longo prazo nos rios Solimões e Amazonas. Os serviços abrangem trechos entre Coari e Codajás, Benjamin Constant, São Paulo de Olivença e até a região de Tabatinga no Solimões. Já no Amazonas, o contrato cobre o trecho mais movimentado entre Manaus e Itacoatiara.
Com a elevação expressiva dos níveis dos rios e o respaldo contratual garantido para as ações de dragagem, o governo federal sinaliza que o transporte fluvial de cargas e passageiros na região Norte está, ao menos por ora, protegido contra os efeitos de novas estiagens extremas.
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