Mercadante: Brasil quer protagonismo no mercado global de carbono com criação da certificadora nacional
Em evento paralelo à COP30, Mercadante defende métrica própria e Marcelo Noronha, do Bradesco, diz que o país é “exportador natural” de créditos de carbono
247 – O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, afirmou que o Brasil precisa construir uma métrica e uma estratégia próprias para conquistar reconhecimento internacional no mercado de carbono. A declaração foi feita durante o lançamento da certificadora de carbono Ecora, realizado na noite desta terça-feira (11), em Belém do Pará, às margens da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30). A informação é do jornal Estado de S. Paulo.
A Ecora é uma iniciativa conjunta do BNDES, do Bradesco e do Fundo Ecogreen, com o banco público como sócio minoritário. O objetivo é desenvolver uma certificação robusta, adaptada à realidade brasileira e reconhecida internacionalmente, fortalecendo a posição do país como protagonista no comércio mundial de créditos de carbono.
“O Brasil é um exportador natural de crédito de carbono”
O CEO do Bradesco, Marcelo Noronha, destacou o potencial brasileiro no setor e afirmou que o país pode se tornar o principal hub global de crédito de carbono.
“O Brasil é um exportador natural de crédito de carbono”, disse o executivo. Ele ressaltou que a criação da Ecora representa “um compromisso com a ciência e o desenvolvimento sustentável” e contou que o projeto vem sendo discutido há mais de um ano.
Noronha também afirmou que o Brasil precisa de certificações robustas e adaptadas à sua própria realidade. “Outras certificadoras conhecem melhor outras realidades, e nós respeitamos isso. Vamos manter credibilidade internacional e perseguir esse objetivo”, declarou. Segundo ele, a Ecora poderá ganhar “mais um ou dois parceiros no futuro próximo”, em linha com o esforço de ampliar a estrutura e a capacidade de certificação do país.
Florestas tropicais no centro da estratégia
O diretor de Planejamento e Relações Institucionais do BNDES, Nelson Barbosa, também participou do evento e ressaltou que o fomento ao mercado de carbono a partir das florestas tropicais é uma prioridade do governo brasileiro. “Isso se encaixa na diretriz do governo brasileiro”, afirmou.
Barbosa revelou ainda que o BNDES está preparando novos projetos de concessão de áreas florestais, e que “somente a última concessão efetivada elevou em 35% a área total concedida”. Ele acrescentou que essas iniciativas “geram emprego, tecnologia e permitem enfrentar o próximo desafio, que é a biodiversidade”.
O lançamento da Ecora consolida o esforço do Brasil para fortalecer sua credibilidade ambiental e científica, buscando ocupar uma posição de liderança na economia verde global, combinando inovação, conservação e desenvolvimento sustentável.


