'É urgente integrar agenda climática e políticas de emprego', diz Luiz Marinho
Ministro do Trabalho defende transição justa para enfrentar impactos da crise climática e proteger trabalhadores
247 - O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho (PT), destacou nesta quinta-feira (2) a necessidade de integrar a agenda climática às políticas de emprego e proteção social. A fala ocorreu durante a 20ª Reunião Regional Americana da Organização Internacional do Trabalho (OIT), realizada em Punta Cana, na República Dominicana.
Marinho afirmou que a transição para uma economia sustentável deve se apoiar em três pilares: proteção social, requalificação profissional e inclusão. Ele citou os efeitos recentes de secas na Amazônia, nos Pampas e no Pantanal, além das enchentes no Rio Grande do Sul, como exemplos de como eventos extremos já impactam diretamente o mundo do trabalho. “Eventos extremos demonstram a urgência de integrar a agenda climática às políticas de emprego e de proteção ao trabalhador”, declarou.
Medidas adotadas pelo Brasil
O ministro ressaltou que o país tem avançado em ações concretas. Entre elas, destacou a atualização da legislação de saúde e segurança no trabalho para lidar com riscos relacionados ao calor, incluindo protocolos de emergência e a definição de responsabilidades das empresas. Outro exemplo é o aplicativo Monitor IBUTG, que mede a exposição dos trabalhadores ao calor, além da produção de materiais educativos em parceria com a Fundacentro.
Proteção a trabalhadores vulneráveis
Luiz Marinho lembrou que o governo vem reforçando a fiscalização e ampliando políticas de proteção social, especialmente para os trabalhadores informais e autônomos, considerados mais vulneráveis às transformações do mercado. Nesse sentido, mencionou o envio ao Congresso Nacional do projeto que cria um novo marco regulatório para o trabalho em plataformas digitais, que inclui direitos como proteção social, segurança e representação sindical.
Empregos verdes e requalificação
Outro ponto central do discurso foi a importância do diálogo social tripartite e da articulação entre ministérios para alinhar emprego, capacitação e desenvolvimento regional. Marinho defendeu ainda investimentos em empregos verdes e programas de qualificação em setores estratégicos, como energias renováveis, agricultura sustentável, reflorestamento e saneamento.
A intervenção do ministro reforçou a ideia de que a luta contra as mudanças climáticas não se limita à agenda ambiental, mas exige também políticas públicas que garantam condições dignas de trabalho e inclusão social.