Compromisso coletivo contra crise climática marca abertura da Semana da Inovação em Brasília
Evento reúne 15 mil participantes de 40 países e reforça protagonismo do Brasil na agenda climática rumo à COP30
247 - A 11ª edição da Semana de Inovação foi aberta nesta terça-feira (30), em Brasília, com um forte apelo à cooperação internacional diante da crise climática. O encontro, promovido pela Escola Nacional de Administração Pública (Enap) em parceria com a Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), o Tribunal de Contas da União (TCU), o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), é considerado o maior espaço de debate sobre inovação em governo da América Latina.
A edição deste ano integra a programação oficial da COP30, que será sediada em Belém em 2025. Sob o lema “Um Planeta, Uma Chance”, o evento reúne mais de 15 mil participantes, entre presenciais e virtuais, vindos de 40 países, reforçando o papel do Brasil na construção de soluções conjuntas para enfrentar os impactos ambientais.
Esther Dweck: liderança brasileira no cenário climático
Na cerimônia de abertura, a ministra da Gestão e da Inovação, Esther Dweck, destacou a urgência de ação multilateral contra a crise ambiental. “É impossível enfrentar a emergência climática de forma isolada. Essa é uma agenda em que o multilateralismo é essencial. Se a maioria dos países fizer sua parte, ainda assim alguns poucos podem comprometer os esforços globais. Por isso, precisamos de um compromisso coletivo”, afirmou.
Para Dweck, sediar a COP30 fortalece a imagem do Brasil como referência em políticas climáticas. Segundo ela, “esta é a COP30 da implementação, que é como fazer as coisas; já sabemos o que fazer, mas temos muita dificuldade em como fazer. Precisamos cada vez mais do envolvimento do Estado nessa agenda”.
Enap, MMA e Caixa reforçam papel do setor público
A presidenta da Enap, Betânia Lemos, enfatizou a centralidade do setor público na formulação de políticas que aliem sustentabilidade, inovação e justiça social. “A inovação pública não é o fim em si mesmo, ela é uma ponte. Neste caso, uma ponte entre a política e o território, entre a gestão e as pessoas, entre os desafios presentes e as possibilidades do futuro”, declarou.
O secretário de Mudança do Clima do MMA, Aloísio Melo, alertou para o impacto desigual das mudanças climáticas, que atinge com maior severidade países em desenvolvimento. “Os países que estão vivendo emergências climáticas e que estão sendo mais afetados pelos impactos dos eventos extremos são aqueles que se desenvolveram menos, que estão mais expostos, que têm mais vulnerabilidades econômicas e sociais”, afirmou.
Já o superintendente nacional de Impacto e Sustentabilidade da Caixa, Rogério Saab, destacou a urgência de uma transição justa para uma economia de baixo carbono. “A gente percebe que os eventos climáticos extremos vão acontecer, vão acontecer cada vez com maior intensidade, com maior recorrência, e nós precisamos fazer alguma coisa, precisamos tomar alguma atitude de forma proativa, para que essa realidade não prejudique aqueles que são mais vulneráveis”, alertou.
Manifesto 2025 e mobilização global
Durante a solenidade, foi lançado o Manifesto 2025 da Semana de Inovação, que convoca governos, sociedade civil e setor privado a transformar os desafios ambientais em oportunidades para o desenvolvimento sustentável, com servidores públicos como protagonistas desse processo de mudança.
A programação segue até 2 de outubro e inclui debates, palestras e atividades voltadas à construção de soluções inovadoras que unam sustentabilidade, justiça social e transformação digital.