"Brasil sabe como enfrentar a fome", afirma secretária de Combate à Pobreza e à Fome
Mais de 2 milhões de brasileiros deixaram a situação de fome grave entre 2023 e 2024, segundo levantamento oficial
247 - O Brasil registrou avanços significativos no combate à fome nos últimos dois anos. De acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por meio da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (Ebia), mais de 2 milhões de pessoas saíram da faixa de insegurança alimentar grave de 2023 para 2024, enquanto 8,8 milhões alcançaram a categoria de segurança alimentar.
O estudo revela que a proporção de domicílios em insegurança alimentar grave caiu de 4,1% para 3,2% em apenas um ano, igualando o menor índice da série histórica registrado em 2013.
Avanços e impacto social
Para a secretária Extraordinária de Combate à Pobreza e à Fome do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social (MDS), Valéria Burity, os números divulgados representam um marco na luta contra a fome. “Os resultados trazem uma imensa mensagem de esperança, de reconstrução. De acordo com essa nova edição da Ebia, a proporção de domicílios em insegurança alimentar grave, ou seja, fome, cai para 3,2%. Isso significa que 2 milhões de pessoas deixaram de passar fome em apenas um ano. Isso é um resultado histórico, muito relevante”, afirmou.
A secretária destacou que o combate estrutural à fome é possível quando há vontade política e políticas públicas consistentes. “Esses resultados da Ebia nos permitem dizer com muito orgulho, com tranquilidade, que o Brasil sabe como enfrentar a fome. E essa nova queda em 2024 mostra que o enfrentamento da fome se tornou estrutural. A gente está falando de vida. São famílias que voltaram a comer com dignidade. Isso é uma prova de que quando o Brasil decide enfrentar a fome, ele consegue vencer”, disse.
Comparativo com anos anteriores
O avanço recente contrasta com os dados alarmantes de 2022, quando a Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Penssan) estimou 33,1 milhões de pessoas em insegurança alimentar grave, equivalente a 15,5% dos domicílios. Considerando esse parâmetro, 26,5 milhões de pessoas saíram da condição de fome grave desde o início da atual gestão federal.
“Confrontando esses números, temos a dimensão do grande avanço que a gente fez nesses dois anos. Isso confirma a força e a necessidade das políticas públicas para reconstruir o país, para garantir o direito à alimentação”, frisou Valéria Burity.
Políticas que sustentam os resultados
De acordo com a secretária, a melhora no cenário alimentar é resultado de um conjunto de ações. “O resultado da insegurança alimentar grave em 2024 empata com 2013. A gente levou dois anos para reconquistar uma marca que a gente levou 10 anos no passado. Isso é fruto de uma política que alia crescimento econômico, mas também apoio à produção de alimentos, controle da inflação, aumento do emprego, valorização do salário mínimo, e que comprova o êxito de uma política social que garante renda, que garante direitos às famílias em situação de vulnerabilidade”, destacou.
Redução em áreas rurais e urbanas
Outro ponto enfatizado pela secretária foi a abrangência da redução da fome em diferentes regiões e contextos. O percentual de insegurança alimentar grave nas áreas rurais atingiu 4,6% em 2024, o menor da série histórica. A Região Norte, tradicionalmente mais vulnerável, registrou 6,3%, também o índice mais baixo já apurado, enquanto no Nordeste o percentual ficou em 4,8%.
“Os dados mostram que a redução da fome chegou a todos os lugares em 2023 e 2024. A insegurança alimentar grave caiu tanto nas áreas rurais quanto urbanas. Caiu também em todas as regiões do país. Um avanço que reflete o impacto de políticas de inclusão produtiva, de acesso à água, de fortalecimento da agricultura familiar”, concluiu Valéria Burity.


