Pedro Benedito Maciel Neto avatar

Pedro Benedito Maciel Neto

Pedro Benedito Maciel Neto é advogado, autor de “Reflexões sobre o estudo do Direito”, Ed. Komedi, 2007.

192 artigos

HOME > blog

"Tomando a nuvem por Juno"

Os adeptos do bolsonarismo vivem no engano, numa realidade paralela, são, diariamente, intoxicados com versões e mentiras de toda natureza

Jair Bolsonaro, em prisão domiciliar, em Brasília - 14/08/2025 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

Vou começar explicar o significado da expressão "Tomar a nuvem por Juno". 

"Tomar a nuvem por Juno" significa iludir-se com as aparências, confundir o desejo com a realidade, ou interpretar mal um sinal ou acontecimento. A expressão é usada para descrever alguém que se engana ao achar que algo é melhor do que realmente é, ou que confunde algo ilusório com a verdade. 

A expressão é uma referência à mitologia grega, onde Júpiter (Juno em algumas versões) disfarçou-se numa nuvem para ter um encontro com Ío, personagem da mitologia grega, a lua de Júpiter, ela, enganada pela nuvem, foi tomada por uma experiência real, o que serve de metáfora para o engano.

Os adeptos do bolsonarismo vivem no engano, numa realidade paralela, são, diariamente, intoxicados com versões e mentiras de toda natureza.

Uma das mentiras é “O PT vai quebrar o Brasil”. Essa é uma das frases repetidas pelo bolsonarismo, mesmo sabendo que o governo não é “do PT”, mas de um número enorme de partidos, desde a direita, passando pelo centro até chegar à esquerda democrática, que é o PSB.

Os bolsonaristas, sejam os incautos (os quais, de boa-fé, encontraram na extrema-direita alienante, neopentecostal, ultraliberal e autoritária, respostas fáceis para questões complexas), sejam os vis (que sabem que a economia e o governo Lula/Alckmin “vão bem obrigado”), “mentem que nem sentem” e geram crises o tempo todo; essa gente, quando não me irrita, me diverte, apesar de saber que o que dizem e publicam parece caçoada, mas, lamentavelmente, não se trata de chiste, pois eles são o mal.

Se o leitor quiser conhecer um bolsonarista, assista às sessões da Câmara Municipal e aguarde os pronunciamentos do vereador Benê Lima; ele é responsável pelos piores pronunciamentos que eu já ouvi na Tribuna Biléo Soares em mais de trinta e cinco anos que acompanho as sessões da Câmara de vereadores de Campinas. 

Mas vamos em frente e falar sobre os indicadores macroeconômicos, que o bolsonarismo teima em ignorar, pautando sua militância vazia, exclusivamente, pela mentira. 

Os indicadores macroeconômicos são dados econômicos que refletem a saúde geral da economia de um país ou região; eles servem para avaliar a situação e prever o desempenho futuro da economia, auxiliando investidores e bancos centrais na tomada de decisões e na avaliação da eficácia das políticas econômicas. 

Tomando esses indicadores como está a economia sobre Lula/Alckmin?

PIB – O Produto Interno Bruto, que é um indicador de fluxo, ou seja, mede a produção nova de bens e serviços vai muito bem, o PIB brasileiro cresceu 3,4% em 2024 em relação a 2023, e totalizou R$ 11,7 trilhões. De acordo com os dados do IBGE, o PIB per capita chegou a R$ 55.247,45, com avanço real de 3% frente ao ano anterior.

Para desespero da extrema-direita, a qual descobrimos ama mais os EUA do que o Brasil, o crescimento do país,ficou entre os maiores registrados entre as economias mais relevantes, segundo dados da OCDE.

O Brasil aparece em quinto, atrás apenas de China, Costa Rica, Rússia e Dinamarca, e à frente de Espanha, Turquia, Polônia, Estados Unidos, Lituânia, Noruega e Coreia do Sul.

A inflação, medida pelo IPCA no Brasil, é a variação média dos preços de bens e serviços consumidos pelas famílias, afetando o poder de compra da moeda e sob Lula/Alckmin deverá ser de 4,9%, se confirmadas as projeções para o fim de 2026, segundo estimativas da MoneYou que foram publicadas Poder360, será o Money ou patamar mais baixo entre os governos do século 21. proibidas.A taxa básica de juros definida pelo Banco Central, impacta o custo do crédito e influencia a inflação e o investimento, mas o governo federal não tem o poder de interferir nessa taxa.Taxa de Câmbio - A relação de uma moeda nacional com outras moedas estrangeiras, como o dólar, influenciando o comércio internacional. Se o segundo ano do governo Lula 3 terminou com uma disparada na cotação do dólar e o temor dos reflexos desse aumento nos preços e na economia (o dólar atingiu o recorde histórico de R$ 6,27)  o movimento começou a ser revertido nos dias seguintes com leilões do Banco Central e a aprovação do plano de corte de despesas que ajudaram a conter a escalada, hoje vemos um dólar a R$ 5,33, ou seja, a taxa do último trimestre de 2024 parece ter sido de fato um ataque especulativo de caráter político, mas deu errado.Balança Comercial – É o saldo entre as exportações e importações de um país, revelando a sua posição no comércio exterior.

É possível afirmar que o superávit da balança comercial brasileira permanece forte em 2025, e ultrapassou US$ 80 bilhões em 2024, após atingir US$ 90 bilhões no ano anterior em 2023. O Brasil continua exportando vigorosamente, especialmente petróleo, produtos de mineração e produtos agrícolas, apesar dos desafios como a queda nos preços do minério de ferro e os impactos climáticos no agronegócio.

Ou seja, o governo Lula/Alckmin, que abriu mais de quatrocentas novas frentes de exportação vai muito bem, tanto que o ilegal e imoral “tarifaço” de Trump não impediu novo superavit em agosto de 2025.

Consumo - Os gastos das famílias em bens e serviços, diretamente ligados aos níveis de renda e emprego.

O consumo das famílias no governo Lula 3, em 2024 e nos primeiros trimestres de 2025, tem apresentado crescimento, impulsionado pela melhora no mercado de trabalho e pela flexibilização do crédito. No entanto, o cenário é misto, com o fim de 2024 registrando uma queda de 1% no consumo devido à inflação e aos juros mais altos, que também começaram a frear o movimento em 2025. Embora o crescimento continue, a perspectiva é de uma desaceleração devido à política monetária mais restritiva, reflexo da política de juros do Banco Central.

Essas são as reflexões.

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

Artigos Relacionados

Carregando anúncios...