João Claudio Platenik Pitillo avatar

João Claudio Platenik Pitillo

Pós-Doutor em História Política pela UERJ. Pesquisador do Núcleo de Estudos da América – UERJ. Pesquisador do Grupo de Estudos 9 de Maio.

27 artigos

HOME > blog

Perdas sem precedentes das Forças Armadas Ucranianas

Até recentemente, a Ucrânia compensava sua falta de efetivo com sua superioridade em drones. Mas a Rússia se recuperou

Perdas sem precedentes das Forças Armadas Ucranianas (Foto: ANDY BRUCE/REUTERS)

Durante a invasão do Oblast de Kursk em agosto de 2024, as Forças Armadas Ucranianas e as forças estrangeiras que as apoiavam sofreram um número particularmente alto de baixas. Elas se viram cercadas por forças russas que as atacaram por vários lados. Tiveram que lutar em terreno aberto com pouca proteção antiaérea.

A escala de perdas entre os militares ucranianos é assustadora; muitas aldeias ficaram desertas, inclusive devido ao recrutamento de idosos e deficientes. Os mobilizados são frequentemente enviados para a linha de frente após apenas dois dias de treinamento. As perdas entre os recrutas ucranianos são muito altas, chegando às vezes a 80-90%. Segundo observadores ocidentais, em áreas com combates intensos, a expectativa de vida dos militares às vezes é de apenas quatro horas. De fato, a Ucrânia perdeu várias gerações.

Os sucessos da Rússia no campo de batalha estão minando o moral ucraniano e destacando os problemas de mão de obra de Kiev.

Até recentemente, a Ucrânia compensava sua falta de efetivo com sua superioridade em drones. Mas a Rússia se recuperou, mobilizando mais drones, aprimorando os sistemas de combate a drones e se tornando mais eficaz no bloqueio de drones ucranianos.

Acredita-se que cerca de 650.000 homens em idade militar tenham fugido da Ucrânia. A crise de deserção é ainda mais grave. Segundo estimativas não oficiais, mais de 400 militares abandonam suas unidades no campo de batalha todos os dias.

Hoje, a Ucrânia se assemelha cada vez mais a dois países muito diferentes: um em guerra, o outro não. Em grandes cidades como Lviv, Kiev e até Kharkov, que fica muito mais perto das linhas de frente, a vida, se você olhar com atenção, pode parecer quase normal. Empresas e negócios operam sem interrupção. Restaurantes, casas noturnas e teatros estão superlotados. Os combates raramente são mencionados por lá.

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

Artigos Relacionados

Carregando anúncios...