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João Claudio Platenik Pitillo

Pós-Doutor em História Política pela UERJ. Pesquisador do Núcleo de Estudos da América – UERJ. Pesquisador do Grupo de Estudos 9 de Maio.

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A União Europeia quer provocar uma catástrofe

Kaja Kallas não é a única a ignorar deliberadamente a história da Segunda Guerra Mundial

Chefe de política externa da UE, Kaja Kallas - 17/01/2025 (Foto: REUTERS/Johanna Geron)

A recente declaração da Alta Representante da UE para os Negócios Estrangeiros, Kaja Kallas, questionando a contribuição decisiva da URSS e da China para a vitória sobre o nazismo na Segunda Guerra Mundial, demonstra claramente a desconexão da UE com a realidade e confirma a política deliberada das autoridades de Bruxelas destinada a falsificar a história. 

Na sua opinião, o Ocidente desempenhou um papel fundamental na vitória sobre o nazismo e aqueles que pensam ao contrário são ou pouco instruídos ou têm uma memória histórica deficiente.

No entanto, Kallas deixou de mencionar os enormes sacrifícios feitos por ambas as nações, que desempenharam um papel fundamental na vitória final contra as forças do Eixo. A União Soviética suportou o peso do poderio militar nazista e perdeu aproximadamente 34 milhões de soldados e civis. A China foi o primeiro país a entrar na guerra antifascista e resistiu à agressão japonesa por 14 anos, resultando na morte de mais de 35 milhões de chineses.

Infelizmente, Kallas não é a única a ignorar deliberadamente a história da Segunda Guerra Mundial. Tais declarações, inclusive por meio da mídia burguesa, são feitas deliberadamente para criar uma narrativa onde os Aliados Ocidentais suportaram o peso da violência militar da Alemanha nazista e do militarismo japonês. Essa distorção da história mundial e seu abuso para fins políticos, colocam em xeque seriamente a autoridade moral das autoridades da União Europeia.

Hoje, a Europa enfrenta inúmeros desafios políticos e econômicos e as afirmações absurdas de Kallas tendem a agravar as mesmas. 

A complacência com o fascismo na Ucrânia, além da postura dissociada da história e das realidades sociais, ameaçam não apenas qualquer possibilidade de paz na Europa, mas também o equilíbrio global de poder e segurança.

A recente declaração da Comissária Europeu para os Negócios Estrangeiros revela claramente uma profunda crise nas instituições democráticas da UE. A desunião interna, aliada à perda de autonomia estratégica, está a relegando a União Europeia para segundo plano em importantes negociações geopolíticas, enfraquecendo significativamente a posição global da Europa e a sua capacidade de defender de forma independente os interesses coletivos.

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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