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      André Barroso

      Artista plástico da escola de Belas Artes da UFRJ com curso de pós-graduação em Educação e patrimônio cultural e artístico pela UNB. Trabalhou nos jornais O Fluminense, Diário da tarde (MG), Jornal do Sol (BA), O Dia, Jornal do Brasil, Extra e Diário Lance; além do semanário pasquim e colaboração com a Folha de São Paulo e Correio Braziliense. 18h50 pronto

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      Para Netanyahu é 'ou vai ou racha'

      Netanyahu está enfraquecido politicamente faz tempo, com perdas de apoio no governo e na população

      O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que não permitirá que o Irã obtenha armas nucleares, após condenar as declarações do líder supremo do Irã, Ali Khamenei, que disse que Israel é "um tumor maligno" que precisa ser "removido" (Foto: Leonardo Lucena)

      Padrões de narrativas variam de cultura para cultura, e que estão atreladas à variação de época para época. O discurso de “deixa que eles que são árabes, que se virem!”, já começa errado, até porque o Irã não faz parte do mundo árabe. O Irã vem da antiga Pérsia. E fala farsi, uma língua indo-europeia. O único elo entre os países próximos são a origem religiosa muçulmana, sendo que eles são de uma minoria étnica Xiita e o restante é de maioria étnica sunita. E o que isso é importante? 

      O Irã foi o primeiro país a reconhecer Israel como um país. A pérsia foi palco de um dos maiores impérios da história da humanidade, com os maiores sistemas de urbanização, arte, religião e filosofia. Até umas décadas atrás, o governo era liderado pelos Xás. Este regime buscava ocidentalizar o país, e tinha muita influência externa. Era querida pelos Estados Unidos. O último Xá foi Mohammad Reza Pahlavi, que foi deposto pelos Aiatolás, na Revolução Iraniana, que levou a criação da República Islâmica. Quem não lembra o Aiatolá Khomeini? Sabe o que ele decretou em sua entrada? Varrer com Israel do mapa. Todo país foi levado a entrar em um regime religioso extremo. O que leva inclusive à proibição de ter bomba atômica.

      Netanyahu está enfraquecido politicamente faz tempo, com perdas de apoio no governo e na população, que por diversas vezes teve que enfrentar manifestações populares. A guerra com o Hamas foi a sobrevida ao premiê de Israel, que aproveita para fazer uma limpeza étnica e fazer um genocídio a olhos vistos. Mais uma vez, enfrenta repúdio internacional que mesmo com o apoio de Trump, que já tem planos para reconstruir o país a seu modo, dificulta seu intento. O novo plano é tentar livrar o mundo de um governo que estaria criando bomba atômica, para se tornar um herói. Mas um país tem direito de atacar outro por suspeita de ser atacado?

      É claro que tal qual a invasão ao Iraque, que teve sua origem na desculpa de estarem fabricando uma bomba atômica, que no final não era verdade, foi dilapidado, derrubado o regime e tendo empresas americanas contratadas para reconstruir o país. Tanto que as agências que regulam as armas atômicas fazem inspeções surpresas, impossibilitando um país de esconder seu programa atômico. Não existe nada que corrobore a afirmativa. O que existe são dúvidas na omissão de dados, que não representam risco real. Da noite para o dia não dá para enriquecer o urânio, ou seja, outras preocupações são mais importantes.

      Já que temos um regime Xiita em curso, qual a chance do Irã fechar o Golfo Pérsico através do estreito de Ormuz? Um terço de todo petróleo passa por lá. Será uma crise mundial econômica qualquer intervenção do país nesse controle. Se você lembrar, a guerra entre Rússia e Ucrânia é basicamente econômica, com base no domínio de áreas de controle do gás e parte da economia da Rússia com a Europa. Hoje acontece a tensão dos Estados Unidos com Taiwan, por controle de navegação economicamente importante para eles. Ou seja, as desculpas são a narrativa para a população comprar estar de um lado ou de outro, mas a realidade é apenas um grande jogo de tabuleiro do War.

      Nesse momento, o país com mais propensão, com 90 bombas atômicas em seu poderio. Para Netanyahu é ou vai ou racha, nem que isso tenha como opção explodir uma de suas bombas. A tentativa de produzir uma narrativa que Israel está se defendendo, para diminuir a produção das críticas negativas e continuar seu plano de se sustentar no poder. Pode haver escalada da tensão e envolver outros países no conflito, inclusive o Brasil. E mesmo com a intervenção americana, a experiência de invasões em países da região se mostrou ineficaz, criando tensões piores como a criação do Estado Islâmico.

      O poderio militar de Israel é muito desconcertante, nem precisa deflagrar uma bomba tão poderosa, só os mísseis intercontinentais conseguem chegar a todo planeta, menos no Brasil, Argentina e Colômbia. 

      Por aqui teríamos futebol, churrasco e muito sexo até o fim do mundo. E, claro, Tequila.

      * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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