O resgate da soberania

Ah, não provoque! É cor-de-rosa choque! Jornalistas caricatos repetem que não podemos "provocar" Trump, pois ele taxa. Aliás, chegam a dizer que taxou por isso! Se Lula o agradasse, não taxaria tanto – dizem. O topetudo chamaria o presidente do Brasil ao salão oval, traria uma pinga da boa e o trataria de "meu companheiro". Ah, com Zelensky foi uma humilhação ao vivo. Com Ramaphosa, da África do Sul, teve até efeito de luzes e recortes, closes dessa entrevista na dita sala de horrores da Casa Branca. Muitos querem isso para Lula: que se submeta, e dentre estes, alguns do jornalismo marrom.

Dizem cinicamente: por que o presidente não abdica da soberania nacional e se abaixa aos EUA? Se o presidente da República ceder, comete crime de alta traição e perjúrio, pois jurou defender a pátria, e Lula não abaixa a cabeça! Não capitula nem passa a mão na cabeça de ninguém. Governa.

As ameaças criminosas de Eduardo contra o Brasil não param. Se voltar ao país, terá as canelas aquecidas no desembarque, mas ele vibra nas redes sociais com nossa desgraça tarifária. Aqui no país, Flávio faz ilações à nossa soberania nacional, como se esta fosse apenas uma retórica, falácia política. O senador ironiza que "falar de soberania é bonito, mas...", insinuando que devamos morrer de medo dos americanos. Conjectura ele que deveríamos nos cagar de medo das bombas atômicas. Não menos subservientes a Trump, os deputados entreguistas urdiram uma moção de aplausos ao "papai" americano que taxa o Brasil! Batem palmas, abanam o rabinho, derretem-se todos pelo seu topete, e ele os esnoba e descartará os tolos no tempo certo.

Eleito, o presidente promete em termo de posse: "Manter, defender e cumprir a Constituição, observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil". Analogamente, o imperador Pedro I prometera isso e sintetizou a história da conflagração da Independência brasileira, uma luta não somente contra a metrópole portuguesa, mas também com as províncias desintegradas e sem união com o Estado central.

Os presidentes republicanos eleitos prometem solenemente sobre a Constituição. O eleito representa o povo, este, o fundamento da soberania nacional. Assim, o presidente procede sem se curvar a estrangeiros, honrando o mandato que recebeu.

A promoção do bem geral do povo brasileiro consta do texto de toda posse presidencial, por isso os programas sociais, como o Bolsa Família, enquanto os cadastrados necessitarem dele. Independentemente de partidos políticos ou mágoas, a promoção da união, da integridade e da independência do Brasil dependem da articulação entre estados e municípios. O governo tem de ser solidário em casos de enchentes, incêndios, dívidas, terremotos, pandemias.

Se o presidente do país ou de um poder se puser contra a soberania nacional, será cassado. Analogamente, senadores e governadores dos estados também fazem compromisso e prometem fidelidade à Constituição e à soberania nacional, que devem zelar.