Bandeira gigante dos EUA na Avenida Paulista é a prova cabal da colonização ideológica no Brasil
Ato de bolsonaristas com símbolo estadunidense confirma denúncia sobre colonização da mente e contrasta com discurso de Lula pela soberania
Por Leonardo Attuch, de Kunming, Yunnan, China – A cena de uma bandeira gigantesca dos Estados Unidos estendida na Avenida Paulista, em pleno ato de apoiadores de Jair Bolsonaro neste domingo, dia 7 de setembro, revela uma simbologia contundente. Mais do que um gesto isolado de subserviência política, trata-se de uma prova cabal do que foi denunciado em Kunming, na China, durante o Fórum de Mídia e Think Tanks do Sul Global 2025. Na ocasião, o Instituto Xinhua divulgou o relatório “Colonização da Mente – Meios, Raízes e Perigos Globais da Guerra Cognitiva dos EUA”, no qual se demonstra como Washington promove, ao longo da história, uma sistemática colonização ideológica em diversos países.
O documento revela que a guerra cognitiva norte-americana se expressa por meio da manipulação do discurso, do uso massivo de propaganda, da cooptação de elites e da criação de uma mentalidade colonizada em setores sociais e políticos. Poucos exemplos traduzem tão claramente essa colonização mental quanto brasileiros exibindo a bandeira de uma potência estrangeira no momento em que o presidente Donald Trump, atual chefe de Estado dos EUA, impõe tarifas de 50% contra produtos brasileiros, atingindo diretamente a economia nacional.
Esse gesto dos manifestantes não é apenas simbólico, mas a materialização do que o relatório da Xinhua descreve como “erosão da independência espiritual”. Em frente ao MASP, o que se viu foi a reprodução de uma elite e de uma classe média colonizadas, incapazes de defender os interesses do próprio país e dispostas a agir como linha auxiliar de uma potência estrangeira. O episódio se torna ainda mais grave quando se lembra que os mesmos grupos defendem a anistia aos envolvidos no golpe de Estado de 8 de janeiro de 2023, atentado contra a democracia brasileira.
O contraste com o pronunciamento oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no 7 de setembro é evidente. Em rede nacional, Lula destacou a importância da soberania nacional e afirmou: “Não somos e não seremos novamente colônia de ninguém. Somos capazes de governar e de cuidar da nossa terra e da nossa gente, sem interferência de nenhum governo estrangeiro”. O presidente também criticou políticos que estimulam ataques contra o Brasil, como o deputado Eduardo Bolsonaro, qualificando-os como “traidores da pátria” que não serão perdoados pela História.
Enquanto Lula reafirma a independência do Brasil como compromisso cotidiano expresso na defesa da democracia, na proteção das riquezas nacionais e na garantia dos direitos sociais, extremistas exibem, em plena Avenida Paulista, a bandeira de um país que ataca diretamente a economia brasileira. A cena grotesca da bandeira gigante é a comprovação de que a guerra cognitiva denunciada em Kunming não é uma abstração acadêmica, mas uma realidade concreta e perigosa.
O Brasil está diante de uma escolha histórica: seguir o caminho da soberania nacional e da justiça social ou se deixar arrastar por uma lógica de submissão colonial que compromete o futuro do povo brasileiro. Abaixo, a imagem postada em protesto pelo deputado Lindbergh Farias (PT-RJ):
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.



