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Paulo Henrique Arantes

Jornalista há quase quatro décadas, é autor do livro "Retratos da Destruição: Flashes dos Anos em que Jair Bolsonaro Tentou Acabar com o Brasil". Editor da newsletter "Noticiário Comentado" (paulohenriquearantes.substack.com)

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Anistia subiu no telhado, Lula subiu nas pesquisas

O cenário mostra que as instituições brasileiras funcionam, apesar de uma delas – o Congresso Nacional – ainda estar sujeita a fisiologistas

Rio de Janeiro (RJ), 21/09/25 - Manifestantes protestam contra a PEC da Blindagem e PL da Anistia na orla de Copacabana (Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

O projeto de lei outrora batizado “da anistia” e depois renomeado “da dosimetria” entra em viés de baixa, como diriam os financistas. Pegou muito mal a chantagem feita pelo relator Paulinho da Força, condicionando a aprovação da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até 5 mil reais mensais à chancela do vergonhoso benefício aos golpistas. Agora, é viva a possibilidade de o tal PL nem sequer ir a votação.

A reprovação do Congresso pela população é de 70% segundo pesquisa Ipespe. O índice deve-se a aberrações como a PEC da Blindagem, esta devidamente enterrada, e a figuras como Paulinho da Força, Hugo Motta e tantas outras. O povo as elegeu, mas tudo tem limite. O mesmo instituto registrou aumento da aprovação do governo Lula, para 50%.

O brilho do presidente do Brasil na Assembleia da ONU, cuja fala repercutiu positivamente menos na imprensa brasileira do que na mundial, reforça a percepção de que o país conta com a liderança de um estadista para manter sua democracia e defender sua soberania perante afrontas imperialistas.

A despeito da pragmática aproximação com Donald Trump e independentemente do resultado da “conversa” que acontecerá nos próximos dias, Lula passou ao mundo um recado na direção da igualdade, da paz, do desenvolvimento, do multilateralismo, da preservação ambiental, valores só contestados por tiranos e negacionistas.

Paralelamente, a farra arruaceira de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos está com os dias contados. Nem poderia ser diferente, já que seu desprezo por suas obrigações legislativas e sua pretensão de influenciar o governo americano saturaram a todos, além de portarem alto potencial de prejudicar o próprio pai. Em breve, e em conformidade com os ritos processuais devidos, Bananinha terá de se defrontar com o Judiciário que tentou pintar como ditatorial e violador de direitos humanos.

Tantos tiros n’água, cujas intenções sofrem inequívocos golpes da população apreciadora da democracia, levaram o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, a manifestar sua intenção de permanecer no Palácio dos Bandeirantes. O Palácio do Planalto que espere um momento em que a direita cometa menos burrices estratégicas.

O cenário mostra que as instituições brasileiras funcionam, apesar de uma delas – o Congresso Nacional – ainda estar sujeita a fisiologistas profissionais. Por ora, vamos de democracia.

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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