Venezuela pede reunião urgente do Conselho de Segurança da ONU contra ameaças militares dos EUA
País sul-americano denuncia escalada militar americana e alerta sobre riscos de um ataque armado que pode desestabilizar a região
247 - Em um comunicado formal enviado ao presidente do Conselho de Segurança da ONU, o embaixador russo Vassily Nebenzia, a Venezuela expressou sua preocupação com o aumento das ações militares dos Estados Unidos no Caribe Meridional. A carta, datada de 9 de outubro de 2025, destaca o que considera uma grave ameaça à paz e à segurança regional, e solicita uma reunião urgente do Conselho de Segurança para abordar a situação. A denúncia foi publicada pela Telesur, que detalhou as alegações feitas pela Missão Permanente da Venezuela junto à Organização das Nações Unidas (ONU).
O governo venezuelano acusa o governo dos Estados Unidos de intensificar as hostilidades contra o país, implementando mais de mil medidas coercitivas unilaterais e realizando uma série de operações militares. Entre as ações mencionadas estão o envio de destróieres com mísseis, caças, tropas de elite e um submarino nuclear para as proximidades das costas venezuelanas. Segundo o documento, esses movimentos violam tratados internacionais, como o Tratado de Tlatelolco e a Proclamação da América Latina e do Caribe como Zona de Paz.
A carta denuncia ainda ações militares americanas contra embarcações civis em águas internacionais, incluindo alegações de execuções extrajudiciais, o que, segundo a Venezuela, configura uma violação dos direitos humanos mais fundamentais, como o direito à vida. "Esta é uma violação flagrante dos direitos humanos, incluindo o mais sagrado de todos, o direito à própria vida", afirma o texto enviado à ONU.
Outro ponto destacado pela Venezuela é a construção de narrativas falsas por parte dos EUA, com o objetivo de justificar uma possível agressão militar ao país. A carta cita declarações feitas por Donald Trump, que, em suas falas, indicou a intenção de "fazer voar" o presidente Maduro. Além disso, a Venezuela acusa Washington de vincular seu governo a organizações terroristas, alegando que isso serviria como pretexto para uma possível incursão militar. A proposta de Trump de oferecer milhões de dólares por informações que levassem à captura de Maduro também é mencionada como parte dessa estratégia.
No que diz respeito à segurança na região, o governo venezuelano denuncia a realização de manobras militares dos Estados Unidos, incluindo sobrevoos não autorizados de caças americanos sobre a Região de Informação de Voo (FIR) de Maiquetía. Este tipo de atividade, segundo a Venezuela, coloca em risco a segurança da aviação civil. Além disso, a recente votação no Senado dos Estados Unidos, que rejeitou por pouco uma proposta para interromper ataques contra pescadores venezuelanos, é vista como um indicativo de que as hostilidades contra o país podem ser intensificadas.
A carta enviada à ONU também faz uma comparação com a invasão do Iraque em 2003, alertando que a situação pode levar a um ataque armado contra a Venezuela, com graves consequências para a estabilidade regional. A escalada de tensões poderia resultar no aumento da migração, do terrorismo e do extremismo violento. "Um ataque armado por parte dos Estados Unidos da América contra a República Bolivariana de Venezuela pode ocorrer em um muito curto prazo", afirma o texto, alertando para a urgência de uma resposta internacional.
Em sua solicitação, a Venezuela reafirma seu compromisso com o diálogo e a diplomacia, insistindo que o país não representa uma ameaça para ninguém. A carta finaliza destacando que a Venezuela defenderá sua independência nacional com união cívico-militar, enquanto espera que o Conselho de Segurança da ONU atue para evitar uma escalada militar que prejudique ainda mais a região.


