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Maduro oficializa tratado de parceria estratégica com a Rússia em Caracas

Acordo prevê cooperação em segurança, economia e energia, reforçando a posição da Venezuela no cenário multipolar

Presidente venezuelano assina o Tratado de Parceria Estratégica com a Rússia no Palácio de Miraflores. (Foto: Imprensa Presidencial Venezuelana)

247 - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, oficializou nesta terça-feira (7) a assinatura da Lei do Tratado de Associação Estratégica e Cooperação com a Federação Russa, consolidando um marco histórico nas relações bilaterais. O ato ocorreu no Palácio de Miraflores, em Caracas, durante uma cerimônia ao lado do embaixador russo Sergei Melik-Bagdasarov.

De acordo com informações divulgadas pela Telesur e pela Imprensa Presidencial Venezuelana, a medida fortalece a cooperação entre Caracas e Moscou em áreas cruciais como segurança, economia e política internacional. O tratado já havia sido assinado em maio, em Moscou, pelos presidentes Nicolás Maduro e Vladimir Putin, e agora passa a ter validade legal no país.

Maduro: “A partir de hoje é lei da República”

Ao sancionar o texto, Maduro destacou a relevância do acordo para a consolidação da soberania venezuelana. “Assinarei a Lei que Aprova o Tratado (…) a partir de hoje, quando for publicada no Diário Oficial, é uma lei da República”, afirmou o presidente.

O tratado estabelece uma parceria de longo prazo, com duração inicial de dez anos, renovável a cada cinco. Na avaliação do governo venezuelano, a medida reforça a posição multipolar das duas nações e garante proteção aos investimentos em setores estratégicos como petróleo, gás e mineração.

Comissão binacional e integração econômica

Em 30 de setembro, a Assembleia Nacional aprovou por unanimidade a criação de uma comissão intergovernamental de alto nível para acompanhar a execução do tratado. O objetivo é coordenar projetos conjuntos que vão desde a infraestrutura financeira — permitindo operações comerciais sem dependência de sistemas ocidentais — até o fortalecimento da cooperação energética.

Na esfera internacional, o acordo inclui articulação conjunta em fóruns como a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e o Fórum dos Países Exportadores de Gás, além de reforçar a candidatura venezuelana para integrar o bloco econômico BRICS.

Cooperação em segurança e geopolítica

Outro ponto central do tratado é a cooperação em segurança global. Venezuela e Rússia se comprometem a ampliar esforços no combate ao terrorismo, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. O pacto também é visto como um passo estratégico diante do atual cenário geopolítico, no qual Caracas busca ampliar parcerias fora da esfera de influência ocidental.

Com a lei sancionada, o governo de Nicolás Maduro reforça não apenas sua aproximação com Moscou, mas também a estratégia de consolidar a Venezuela como ator relevante no tabuleiro internacional, apoiando-se em alianças de caráter estratégico que podem redefinir o equilíbrio de poder na região.

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