Venezuela mantém unidade diante de ameaças externas, afirma Diosdado Cabello
Líder do PSUV destacou combate ao narcotráfico e preparação para nova etapa política durante coletiva de imprensa
247 - Em coletiva transmitida pela Telesur, o secretário-geral do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), Diosdado Cabello, afirmou nesta segunda-feira (8) que o país está preparado para enfrentar “qualquer ameaça”, citando o deslocamento militar dos Estados Unidos no Mar do Caribe como uma preocupação central. O dirigente ressaltou que a Venezuela mantém a unidade necessária para se defender em todas as frentes e atribuiu ao povo o papel fundamental na resistência.Logo no início, Cabello evocou uma frase de Simón Bolívar: “Os Estados Unidos parecem destinados pela Providência a causar miséria na América em nome da liberdade”. Segundo ele, a advertência do Libertador continua atual diante da postura de Washington.
Combate ao narcotráfico e críticas ao Equador
Durante a coletiva, Cabello dedicou parte de sua fala ao narcotráfico, apontando o Equador, governado por Daniel Noboa, como epicentro da exportação de drogas. Segundo o líder do PSUV, “até 60% das drogas do mundo passam por aquele país”, sustentando que a chamada “máfia equatoriana” opera por meio de empresas de frutas.
O dirigente ainda acusou os Estados Unidos de usarem o narcotráfico como pretexto para hostilizar a Venezuela:
“Os EUA, sendo o maior consumidor de drogas do mundo, não fazem um verdadeiro combate, mas fabricam acusações contra nós. A diferença é que a Venezuela combate as drogas de onde quer que venham e para onde quer que vão, sem executar pessoas em alto-mar”.
Legado de Chávez e preparação de jovens militantes
Cabello destacou a capacidade de resiliência após a morte do ex-presidente Hugo Chávez. Segundo ele, o povo venezuelano se reorganizou para seguir forjando seu destino. Em sua fala, enalteceu o trabalho de mais de 300 jovens formados no Curso Básico de Resistência Revolucionária, reforçando a prioridade do PSUV na defesa da pátria.
O secretário-geral também anunciou que o Congresso do partido, marcado para 11 de setembro, abrirá caminho para uma “nova etapa”, incluindo a “Transição para o Povo em Armas” e o fortalecimento da Milícia Nacional Bolivariana.
Resposta às acusações internacionais
Além das críticas, Cabello pediu ao Congresso dos EUA que investigue a origem das operações que, segundo ele, distorcem informações sobre a Venezuela. “O melhor argumento para a defesa da pátria é a verdade”, afirmou, reiterando que aqueles que fabricam acusações contra Caracas “são os mesmos que cometem crimes”.
A coletiva de Diosdado Cabello marcou mais uma etapa na estratégia discursiva do governo bolivariano, que combina o reforço da identidade nacional com a denúncia de pressões externas, especialmente vindas dos Estados Unidos.