Trump diz que EUA não buscam derrubar governo Maduro
O presidente norte-americano voltou a fazer acusações contra Nicolás Maduro
247 - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta sexta-feira (5) que Washington não está buscando uma mudança de regime na Venezuela. Mais de 4.000 militares foram deslocados para a região do Caribe, perto da costa venezuelana. O governo Donald Trump acusou Nicolás Maduro de narcoterrorismo e anunciou uma recompensa de até US$ 50 milhões (cerca de R$ 270 milhões) por informações que levem à prisão ou à condenação do presidente venezuelano.
“Não estamos falando sobre isso, mas estamos falando sobre o fato de que houve uma eleição, que foi uma eleição muito estranha. Estou sendo muito educado quando digo isso. Só posso dizer que bilhões de dólares em drogas estão entrando em nosso país a partir da Venezuela”, afirmou Trump a repórteres na Casa Branca.
De acordo com o presidente americano, as prisões da Venezuela “foram abertas” para os Estados Unidos. “Eles enviaram seus prisioneiros, os piores prisioneiros, assassinos, o Tren de Aragua [organização criminosa], os piores criminosos que se possa imaginar, e agora eles estão vivendo alegremente nos Estados Unidos da América. Muitos deles já conseguimos retirar”.
Em agosto, o governo venezuelano havia repudiado as declarações, classificando-as como "ameaças" que "não só afetam a Venezuela, mas colocam em risco a paz e a estabilidade na região". O governo Nicolás Maduro afirmou que o país "defenderá nossos mares, nossos céus e nossas terras", e mencionou o que chamou de "a ameaça bizarra e absurda de um império em declínio".
Entenda
No dia 7 de agosto, a procuradora-geral dos Estados Unidos, Pam Bondi, anunciou uma recompensa de US$ 50 milhões por informações que levassem à prisão do presidente Nicolás Maduro, acusado de liderar o "Cartel de los Soles". Em seguida, foram enviados diversos ativos navais norte-americanos ao Caribe sob o pretexto de combater atividades de cartéis.
Em resposta, Maduro ordenou a mobilização das Milícias Bolivarianas para garantir a defesa nacional. Caracas tem reiterado que as operações navais dos EUA no Caribe não estão relacionadas ao combate ao narcotráfico, mas sim ao objetivo de aumentar a pressão contra a Venezuela.
Petróleo
A Venezuela se consolidou como um dos principais polos de oposição à hegemonia política dos Estados Unidos no cenário internacional. Outro ponto central na relação complexa entre Washington e o governo de Nicolás Maduro está diretamente ligado ao petróleo.
Segundo dados divulgados pelo portal World Atlas referentes a 2024, o país sul-americano liderou o ranking mundial de reservas provadas de petróleo, com 300,9 bilhões de barris. Em seguida aparecem a Arábia Saudita, com 266,5 bilhões de barris, e o Canadá, com 169,7 bilhões.
Na sequência estão Irã (157,8 bilhões de barris), Iraque (150 bilhões), Rússia (103,2 bilhões), Kuwait (101,5 bilhões), Emirados Árabes Unidos (97,8 bilhões), Estados Unidos (48,5 bilhões) e Líbia (48,4 bilhões). O Brasil figura apenas na 15ª posição, com 16,2 bilhões de barris, o equivalente a cerca de 1% do total global.


