Países da Celac alertam sobre a presença militar dos EUA no Caribe e defendem a paz na região
Maioria dos países latino-americanos e caribenhos manifestou preocupação com navios norte-americanos na costa da Venezuela
247 - A maioria dos países que compõem a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) manifestou preocupação com a presença militar dos Estados Unidos no Caribe, sobretudo na costa da Venezuela. A declaração foi apresentada pelo presidente da Colômbia, Gustavo Petro, e divulgada nesta quinta-feira (4), segundo a Telesur.
No comunicado, Petro destacou que “a grande maioria dos membros da Celac assinam pela paz na América Latina e no Caribe” e ressaltou que “uma minoria se opôs” ao texto que denuncia as ameaças de instabilidade regional provocadas pela atuação norte-americana. O documento contou com o apoio de 21 países, entre eles Brasil, México, Cuba, Chile, Uruguai, Colômbia e Venezuela.
Defesa da paz e da soberania regional
A nota reafirma o compromisso da Celac com a preservação da paz, da democracia, do desenvolvimento e da integridade territorial na região. Os governos recordaram que a América Latina e o Caribe foram proclamados Zona de Paz, reforçando princípios como a não ingerência em assuntos internos, o respeito à soberania nacional e a busca por soluções pacíficas para controvérsias.
O texto também remete ao Tratado de Tlatelolco, que consagrou a América Latina e o Caribe como a primeira região densamente povoada livre de armas nucleares. O marco histórico foi lembrado como símbolo da luta contra a proliferação nuclear.
Desafios comuns e cooperação regional
Além de repudiar a movimentação militar no Caribe, os países reconheceram que o crime organizado transnacional e o tráfico de drogas representam “uma ameaça significativa para alcançar sociedades pacíficas e inclusivas”. Nesse sentido, expressaram disposição em ampliar a cooperação regional e internacional, sempre com base no respeito ao direito internacional.
A mensagem da Celac é divulgada em meio a um contexto de crescente tensão entre Washington e Caracas, intensificado após o envio de navios militares dos Estados Unidos para águas próximas à Venezuela — medida interpretada como uma ameaça direta à soberania do país sul-americano.