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Trump cogita intensificar operações militares e lançar ataques à Venezuela

A iniciativa seria parte de uma estratégia voltada a “potencialmente derrubar” o presidente Nicolás Maduro

Nicolás Maduro e Donald Trump (Foto: Reuters | Reprodução)

247 - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, estaria avaliando a possibilidade de realizar ataques militares contra alvos em território venezuelano, como parte de uma estratégia voltada a “potencialmente derrubar” o presidente Nicolás Maduro, informou a CNN, citando fontes próximas aos planos do governo norte-americano.

De acordo com essas fontes, o afundamento de uma pequena embarcação supostamente ligada ao tráfico de drogas em “águas internacionais”, ao sul do mar do Caribe — episódio anunciado por Trump na última terça-feira — marcou um ponto de inflexão na estratégia de Washington contra os cartéis, muitos deles classificados como “organizações terroristas”.

Nesse contexto, a Casa Branca estaria considerando intensificar operações militares, o que poderia acelerar uma saída de Maduro do poder pela força. No entanto, o próprio presidente dos EUA negou na sexta-feira que sua administração trabalhe para um “cambio de regime” na Venezuela.

“Não estamos falando disso”, afirmou, ao ser questionado pela imprensa. Trump acrescentou que a Venezuela teve “uma eleição muito estranha” e reiterou a acusação de que drogas provenientes do país entram nos EUA, apesar de relatórios da ONU e de outras entidades apresentarem dados divergentes.

Em 28 de agosto, a porta-voz presidencial, Karoline Leavitt, declarou que não poderia antecipar nenhuma decisão sobre eventuais ações militares, mas destacou que vários países do Caribe e da região apoiaram os esforços de Washington contra o narcotráfico.

O secretário de Estado, Marco Rubio, também mencionou a possibilidade de que embarcações suspeitas de transportar drogas sejam atacadas pelas forças norte-americanas, em vez de apenas interceptadas, justificando a medida como necessária para conter a atividade dos cartéis.

Na sexta-feira, Trump ainda advertiu que aeronaves venezuelanas poderiam ser abatidas caso representassem risco às forças dos EUA. A declaração veio após o Pentágono informar que dois aviões militares da Venezuela sobrevoaram “próximo a um navio da Marinha dos EUA em águas internacionais”.

Em resposta, Nicolás Maduro pediu que Washington cesse tentativas de promover um “câmbio de regime” em seu país. “Digo ao presidente Donald Trump, mais uma vez: a tentativa de alguns de seus funcionários de promover uma mudança política na Venezuela é um erro”, declarou durante um evento militar.

Maduro também pediu que os Estados Unidos respeitem a soberania e a independência da Venezuela e classificou as acusações de narcotráfico como “informações falsas”, oferecendo-se para enviar dados oficiais corrigidos ao governo norte-americano.

Em agosto, veículos internacionais relataram que os EUA mobilizaram forças no sul do Caribe para enfrentar cartéis de drogas. No mesmo período, a procuradora-geral dos EUA, Pamela Bondi, anunciou o aumento da recompensa por informações que levassem à prisão de Maduro, sob acusação de envolvimento com narcotráfico.

Diante do cenário, Maduro convocou a população a se registrar voluntariamente na Milícia Bolivariana para reforçar a defesa do país, e até agora 8,2 milhões de pessoas se inscreveram. Apesar do aumento das tensões, Maduro afirmou manter canais de comunicação com Washington e se disse disposto ao diálogo com Trump, desde que não sejam adotadas medidas de pressão militar (com informações da RT).

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