Petro endossa Lula e pede união latino-americana contra ataques à Venezuela
Presidente colombiano afirma que defender Caracas é proteger a soberania de toda a América Latina e o Caribe
247 - O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, manifestou apoio público ao posicionamento do presidente Lula (PT) sobre a crise entre Estados Unidos e Venezuela. Em publicação feita nesta sexta-feira (17) em sua conta no X (antigo Twitter), Petro defendeu a união imediata da América Latina e do Caribe para reagir a qualquer agressão externa contra Caracas.
“A América Latina, a América do Sul e o Caribe devem se unir agora para rejeitar e reagir, além da retórica, a qualquer agressão à pátria de Bolívar e ao território latino-americano e caribenho. A Venezuela pertence ao povo venezuelano. Isto não é uma defesa de Maduro; é uma defesa da soberania latino-americana”, escreveu o presidente colombiano.
A declaração ocorre um dia depois do discurso de Lula no 16º Congresso do PCdoB, em Brasília, no qual o presidente brasileiro criticou as ameaças militares e de inteligência dos Estados Unidos contra o governo de Nicolás Maduro e defendeu o direito do povo venezuelano de decidir seu próprio destino.
“Todo mundo diz que a gente vai transformar o Brasil na Venezuela. E o Brasil nunca vai ser a Venezuela e a Venezuela nunca vai ser o Brasil. Cada um será ele. O que nós defendemos é que o povo venezuelano é dono do seu destino e não é nenhum presidente de outro país que tem que dar palpite de como vai ser a Venezuela ou vai ser Cuba”, afirmou Lula, em referência indireta às críticas da oposição e ao aumento das pressões de Washington sobre Caracas.
As manifestações de ambos os líderes acontecem em meio à escalada de tensão entre os Estados Unidos e a Venezuela, após o presidente norte-americano Donald Trump confirmar ter autorizado a CIA a realizar operações no país vizinho. A medida, segundo o próprio Trump, teria como objetivo “pressionar” o governo venezuelano, o que motivou forte reação do presidente Nicolás Maduro e denúncias oficiais apresentadas pela Venezuela à ONU e à Celac.
Petro, que já havia cobrado publicamente o fim do bloqueio econômico contra a Venezuela no início da semana, elevou o tom nesta nova mensagem, ao defender que os países da região superem o discurso e adotem medidas concretas de resistência frente à política norte-americana.