"Nazista e gângster", diz Caracas sobre Marco Rubio
Venezuela denuncia que as ações hostis dos EUA pretendem dar um "golpe terrorista militar" para depor o presidente Nicolás Maduro
247 - O chanceler da Venezuela, Yván Gil, acusou o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, de "atacar" a Organização das Nações Unidas (ONU) em seu "afã de agredir" o país sul-americano. A reportagem é do RT.
Em uma interação em sua conta no Telegram, o ministro de Relações Exteriores se referiu às recentes declarações de Rubio, que afirmou não se importar com o que as Nações Unidas dizem, ao ser questionado sobre os recentes relatórios da Oficina das Nações Unidas contra Drogas e Crime (UNODC, na sigla em inglês) sobre a mínima participação da Venezuela no tráfico de drogas mundial, com apenas 5%.
Gil afirmou que Rubio "ataca todos os dados científicos" emitidos por organizações como a ONU, que confirmam que o país sul-americano "está livre de cultivos ilícitos e combate o narcotráfico com eficácia exemplar".
"Inventar inimigos"
"Essa é a lógica nazista e gângster: negar a evidência, inventar inimigos e semear ódio para encobrir fracassos", acrescentou o chanceler venezuelano.
Da mesma forma, afirmou: "Rubio não ataca a Venezuela: ataca a verdade, a história e a dignidade dos nossos povos".
Segundo o citado relatório da UNODC, a Colômbia é o maior produtor de cocaína, seguida pelo Peru e Bolívia, e 87% da droga que chega aos EUA sai pelo Pacífico, desde os portos colombianos e equatorianos.
"Tentando esconder sua derrota absoluta"
O ministro venezuelano também se referiu à exaltada reação de Rubio ao ser questionado sobre o relatório da ONU durante uma coletiva de imprensa em sua visita ao Equador.
"Isso o deixa nervoso, na defensiva, tentando esconder sua derrota absoluta na política de perseguição contra a América Latina", expressou Gil.
Na opinião do máximo representante da diplomacia venezuelana, Rubio "despeja suas mentiras do território sagrado do bolivarianismo, o Equador de [Simón] Bolívar, de [Antonio José de] Sucre, de Manuela Sáenz e Eloy Alfaro".
Além disso, questionou o anúncio feito pelo secretário do Departamento de Estado sobre a possibilidade "de estacionar elementos militares dos EUA em seu território".
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"O que pensará o Equador quando ouve Rubio propor bases militares estrangeiras em seu solo?", questionou.
Tensões em ascensão
Essa reação de Caracas ocorre no meio das tensões com Washington, que anunciou nesta semana que realizou um "ataque letal" contra uma pequena embarcação em águas internacionais, onde supostamente viajavam 11 pessoas que foram assassinadas.
A suposta ação — da qual Washington não forneceu maiores detalhes e que foi questionada por organizações de defesa dos direitos humanos — é a primeira a se concretizar após o deslocamento militar dos EUA no Caribe sul para supostamente combater o tráfico de drogas.
Caracas denunciou que as ações hostis dos EUA pretendem dar um "golpe terrorista militar" para depor Nicolás Maduro, após qualificar o deslocamento militar de Washington como uma "ameaça" para a paz da Venezuela e da região.