"Não é com Netanyahu que se ajuda o povo venezuelano", afirma Petro a María Corina Machado
Presidente colombiano aponta incoerência nas alianças da oposição venezuelana com figuras envolvidas em genocídio
247 - Em uma postagem no X (anteriormente conhecido como Twitter), Gustavo Petro, presidente da Colômbia, fez duras críticas à líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, após ela assinar uma carta elogiosa ao ex-primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. A carta, dirigida a Netanyahu e a Javier Macri, foi destacada por Machado como um gesto de gratidão pelo acolhimento dos venezuelanos na Argentina. No entanto, Petro questionou essa aliança, especialmente pelo envolvimento de Netanyahu em ações genocidas em Gaza, que, segundo o presidente colombiano, são incompatíveis com os princípios de paz e democracia.
Petro desafiou Machado a refletir sobre as consequências de apoiar uma figura como Netanyahu, acusada de crimes contra a humanidade. "Como um genocida pode ajudar a fazer a paz em Venezuela?", questionou Petro, destacando que o apoio a Netanyahu é contraditório com a busca por soluções pacíficas para a Venezuela. Para o presidente colombiano, essa postura não representa a verdadeira ajuda ao povo venezuelano, mas sim um reforço de alianças perigosas e agressivas.
Além disso, Petro fez um paralelo com sua própria experiência política na Colômbia, enfatizando os avanços no processo de paz com as Farc. "Eu acredito que já cheguei à metade do cumprimento do acordo", disse, destacando os progressos que fez, apesar das dificuldades e da resistência interna e externa. Para Petro, a paz na Colômbia, assim como na Venezuela, só pode ser alcançada por meio do diálogo e do compromisso com a reconciliação nacional, e não com intervenções externas que alimentem ainda mais a violência.
O presidente também criticou o governo dos Estados Unidos, que, segundo ele, não agiu adequadamente para prevenir a tragédia humanitária em Gaza, resultando em dezenas de milhares de mortes, incluindo muitas crianças. Petro apontou que a omissão dos EUA tem um peso significativo na crise, e que a política externa norte-americana, especialmente nas últimas administrações, contribuiu para a continuidade da violência em Gaza.
Em relação ao narcotráfico, um tema frequentemente abordado nas políticas de segurança internacional, Petro sugeriu que os países do Caribe adotassem uma abordagem mais cooperativa e menos militarizada para combater o tráfico de drogas. "Não seria melhor apoiar um grande acordo caribenho para deter definitivamente o tráfico de drogas proibidas por lá?", indagou o presidente colombiano, defendendo uma solução que respeitasse a soberania dos países da região e fosse mais eficaz do que o uso da força militar.
Ao concluir sua mensagem, Petro reiterou que o verdadeiro caminho para ajudar a Venezuela não passa por alianças com figuras controversas como Netanyahu. "Não é levando Netanyahu a uma ação pela Venezuela que se ajudará o povo venezuelano", afirmou, reforçando sua crítica à postura de Machado e apelando por um diálogo interno e pacífico para a solução dos problemas do país.


