Petro alerta que os EUA planejam invadir o Caribe
Em mensagem nas redes sociais, Petro denunciou ataques dos EUA, criticou política antidrogas de Trump e pediu união dos países caribenhos
247 - O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, afirmou que os Estados Unidos buscam “invadir o Caribe” sob o pretexto da luta contra o narcotráfico. A declaração foi feita em mensagem publicada em sua conta na rede social X, em meio à escalada de tensões após o lançamento de mísseis que deixou ao menos 20 mortos na região, segundo dados divulgados pelo próprio governo norte-americano.
De acordo com reportagem da agência Prensa Latina, Petro responsabilizou diretamente o vice-chefe de gabinete da Casa Branca, Stephen Miller, a quem acusou de ser o mentor da ofensiva militar. O presidente colombiano também questionou a legitimidade da política antidrogas de Washington, que, segundo ele, estaria construída sobre uma narrativa falsa para justificar ações militares na região.
Críticas à política antidrogas dos EUA
Petro destacou que a Colômbia obteve números históricos na apreensão de entorpecentes, contrariando o argumento de que o combate ao narcotráfico no país teria fracassado. “Provamos o contrário. Este ano, o governo se torna o maior centro de apreensão do mundo e da história. Chegaremos a 1.000 toneladas anuais”, declarou o presidente.
Apesar dos resultados, ele denunciou que a Colômbia foi incluída na lista de países “descertificados” pelos Estados Unidos, o que significa que não estariam cooperando plenamente no combate às drogas. Para Petro, essa medida teve como objetivo “esconder o sucesso da Colômbia nas apreensões de drogas, para legitimar o crime e o assassinato de bombardeios indiscriminados”.
Segurança regional e geopolítica
Segundo o presidente colombiano, o país atua em parceria com diversas agências internacionais de inteligência policial, incluindo órgãos dos próprios Estados Unidos, além de nações árabes e europeias. Ainda assim, ele acusou Washington de distorcer o cenário ao não reconhecer que “a cocaína é transportada em grandes quantidades pelo Pacífico”.
Petro advertiu que essa rota fortalece o mercado ilegal e pode ampliar a violência em países como Colômbia, Equador, Peru e Chile. Ele também chamou atenção para o avanço do consumo de fentanil nos Estados Unidos, droga que classificou como “30 vezes pior que a cocaína”.
Chamado à união do Caribe
Diante do que classificou como “mobilização militarista de Washington”, Petro defendeu uma resposta conjunta dos países caribenhos. “É hora de reunificar todo o Caribe. Ele não pode ser prejudicado por uma mentira”, afirmou, em tom de apelo.
As declarações elevam a tensão diplomática entre Bogotá e Washington, em um momento em que a região enfrenta instabilidade política e crescente militarização.