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María Corina Machado expressa apoio a Netanyahu, denunciado por genocídio

A opositora do chavismo também fez ataques ao Irã

Líder da oposição venezuelana María Corina Machado 09/01/2025 (Foto: Leonardo Fernandez Viloria/Reuters)

247 - A líder da oposição venezuelana e recém-coroada vencedora do Prêmio Nobel da Paz, María Corina Machado, expressou seu apoio a Israel em uma ligação telefônica com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.

De acordo com a Reuters, a informação sobre a conversa foi divulgada pelo gabinete do primeiro-ministro nesta sexta-feira (17) em comunicado. Ainda conforme a agência, a opositora do chavismo classificou o Irã como uma ameaça no Oriente Médio.

Já o primeiro-ministro israelense, denunciado na Corte Internacional de Justiça por genocídio na Faixa de Gaza, parabenizou Corina Machado por ter vencido o Nobel da Paz deste ano.

Situação catastrófica

As estatísticas foram divulgadas em um momento em que está sendo implementado um acordo para cessar-fogo na Faixa de Gaza, onde, segundo o Ministério da Saúde, mais de 68 mil palestinos perderam a vida devido aos ataques israelenses desde outubro de 2023.

Em 22 de agosto, a Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou dados alarmantes, informando que mais de meio milhão de pessoas em Gaza estão enfrentando fome. Pela primeira vez, a fome foi declarada na região do Oriente Médio.

Acordo

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, junto com representantes do Egito, Catar e Turquia, assinou um acordo na segunda-feira (13). No mesmo dia, autoridades israelenses confirmaram a liberação de 250 palestinos, que cumpriam longas penas ou prisão perpétua, além de 1.700 detidos sem acusação formal. Do total, 154 foram deportados para o Egito, conforme informações da Sociedade de Prisioneiros Palestinos.

O acordo estipula uma retirada parcial das tropas israelenses da Faixa de Gaza, com a liberação de prisioneiros de ambos os lados. O Hamas comprometeu-se a liberar todos os israelenses capturados desde outubro de 2023, enquanto Israel aceitou libertar cerca de 2 mil palestinos, incluindo mulheres, crianças e prisioneiros que estão há décadas encarcerados. No entanto, o grupo islâmico denuncia sua escassa participação no governo de transição para Gaza.

Outro ponto do acordo é a abertura de corredores para a entrada de ajuda humanitária, permitindo o fornecimento de alimentos, medicamentos e combustível em Gaza.

A supervisão do cumprimento das medidas será feita por uma coalizão internacional, composta pelos Estados Unidos, Egito, Catar, Turquia e pela ONU, que ficará responsável por monitorar a execução do tratado. Essa medida gerou controvérsias, já que o presidente Trump lidera esse grupo de autoridades, sendo os EUA aliados históricos de Israel.

Apesar do acordo, ainda persistem impasses, com os dois lados (Israel e Hamas) trocando acusações.

Denúncias

Em dezembro de 2023, a África do Sul apresentou uma ação contra Israel na Corte Internacional de Justiça (CIJ), pedindo a adoção de medidas imediatas contra as autoridades israelenses, acusando o país de cometer atos de genocídio contra a população palestina na Faixa de Gaza.

A denúncia do governo sul-africano alegava que as operações militares israelenses e a suposta omissão do Estado representavam violações à Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio. Israel, por sua vez, defendeu suas ações como sendo de caráter defensivo, em resposta aos ataques terroristas, e rejeitou as acusações. O Brasil formalizou seu apoio ao pleito da África do Sul.

Em janeiro de 2024, a CIJ determinou que Israel adotasse medidas preventivas para evitar atos de genocídio, responsabilizasse aqueles que incentivassem a destruição da população palestina e garantisse a entrada de ajuda humanitária em Gaza. No entanto, o pedido da África do Sul para suspender imediatamente as operações militares israelenses não foi acolhido. Diversos países, incluindo o Brasil, manifestaram apoio à iniciativa.

Em novembro de 2024, a Corte Internacional de Justiça emitiu uma ordem de prisão contra o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, o então ministro da Defesa Yoav Gallant e líderes do Hamas, acusando-os de crimes de guerra. Tanto o governo de Israel quanto o grupo palestino refutaram as acusações apresentadas.

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