María Corina Machado expressa apoio a Netanyahu, denunciado por genocídio
A opositora do chavismo também fez ataques ao Irã
247 - A líder da oposição venezuelana e recém-coroada vencedora do Prêmio Nobel da Paz, María Corina Machado, expressou seu apoio a Israel em uma ligação telefônica com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
De acordo com a Reuters, a informação sobre a conversa foi divulgada pelo gabinete do primeiro-ministro nesta sexta-feira (17) em comunicado. Ainda conforme a agência, a opositora do chavismo classificou o Irã como uma ameaça no Oriente Médio.
Já o primeiro-ministro israelense, denunciado na Corte Internacional de Justiça por genocídio na Faixa de Gaza, parabenizou Corina Machado por ter vencido o Nobel da Paz deste ano.
Situação catastrófica
As estatísticas foram divulgadas em um momento em que está sendo implementado um acordo para cessar-fogo na Faixa de Gaza, onde, segundo o Ministério da Saúde, mais de 68 mil palestinos perderam a vida devido aos ataques israelenses desde outubro de 2023.
Em 22 de agosto, a Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou dados alarmantes, informando que mais de meio milhão de pessoas em Gaza estão enfrentando fome. Pela primeira vez, a fome foi declarada na região do Oriente Médio.
Acordo
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, junto com representantes do Egito, Catar e Turquia, assinou um acordo na segunda-feira (13). No mesmo dia, autoridades israelenses confirmaram a liberação de 250 palestinos, que cumpriam longas penas ou prisão perpétua, além de 1.700 detidos sem acusação formal. Do total, 154 foram deportados para o Egito, conforme informações da Sociedade de Prisioneiros Palestinos.
O acordo estipula uma retirada parcial das tropas israelenses da Faixa de Gaza, com a liberação de prisioneiros de ambos os lados. O Hamas comprometeu-se a liberar todos os israelenses capturados desde outubro de 2023, enquanto Israel aceitou libertar cerca de 2 mil palestinos, incluindo mulheres, crianças e prisioneiros que estão há décadas encarcerados. No entanto, o grupo islâmico denuncia sua escassa participação no governo de transição para Gaza.
Outro ponto do acordo é a abertura de corredores para a entrada de ajuda humanitária, permitindo o fornecimento de alimentos, medicamentos e combustível em Gaza.
A supervisão do cumprimento das medidas será feita por uma coalizão internacional, composta pelos Estados Unidos, Egito, Catar, Turquia e pela ONU, que ficará responsável por monitorar a execução do tratado. Essa medida gerou controvérsias, já que o presidente Trump lidera esse grupo de autoridades, sendo os EUA aliados históricos de Israel.
Apesar do acordo, ainda persistem impasses, com os dois lados (Israel e Hamas) trocando acusações.
Denúncias
Em dezembro de 2023, a África do Sul apresentou uma ação contra Israel na Corte Internacional de Justiça (CIJ), pedindo a adoção de medidas imediatas contra as autoridades israelenses, acusando o país de cometer atos de genocídio contra a população palestina na Faixa de Gaza.
A denúncia do governo sul-africano alegava que as operações militares israelenses e a suposta omissão do Estado representavam violações à Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio. Israel, por sua vez, defendeu suas ações como sendo de caráter defensivo, em resposta aos ataques terroristas, e rejeitou as acusações. O Brasil formalizou seu apoio ao pleito da África do Sul.
Em janeiro de 2024, a CIJ determinou que Israel adotasse medidas preventivas para evitar atos de genocídio, responsabilizasse aqueles que incentivassem a destruição da população palestina e garantisse a entrada de ajuda humanitária em Gaza. No entanto, o pedido da África do Sul para suspender imediatamente as operações militares israelenses não foi acolhido. Diversos países, incluindo o Brasil, manifestaram apoio à iniciativa.
Em novembro de 2024, a Corte Internacional de Justiça emitiu uma ordem de prisão contra o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, o então ministro da Defesa Yoav Gallant e líderes do Hamas, acusando-os de crimes de guerra. Tanto o governo de Israel quanto o grupo palestino refutaram as acusações apresentadas.