Maior revista da Argentina retrata irmã de Milei como "o caixa" das propinas
A revista Noticias aponta que Karina Milei teria articulado retornos mensais de até US$ 800 mil em contratos com laboratórios
247 - A mais influente revista semanal da Argentina, a Noticias, apurou que Karina Milei, irmã e principal assessora do presidente Javier Milei, é descrita como “a caixa” de um esquema de propinas ligado à contratação de laboratórios farmacêuticos, com supostos retornos mensais que chegariam a US$ 800 mil.
De acordo com a Noticias, a acusação não partiu da oposição, mas do próprio entorno presidencial: o então titular da Agência Nacional de Deficiência (Andis), Diego Spagnuolo — amigo e ex-advogado de Milei — teria atribuído a Karina a captação de “retornos” na celebração desses contratos. A revelação ocorreu em um momento politicamente sensível, durante a campanha eleitoral e quando a Câmara dos Deputados rejeitava o veto do governo à lei de emergência em deficiência.
Nos bastidores, a reportagem sustenta que Karina Milei atua como peça-chave na engrenagem financeira e política do governo. A dependência do presidente em relação à irmã é tratada como absoluta, tema que o próprio Milei já teria admitido ao afirmar, em diversas ocasiões, que ela cuidava de suas finanças. O semanário resume esse papel no epíteto “La Cajera”, sugerindo uma função de arrecadação paralela.
A matéria também relaciona o nome de Karina a episódios anteriores, como o chamado “caso Libra”, a venda de candidaturas e pedidos de “dízimos” no PAMI, conforme relataram os próprios denunciantes à revista. Esses apontamentos reforçam, segundo a Noticias, a tese de que a irmã presidencial operaria como intermediária em diferentes frentes de coleta de recursos informais.