EUA usam "guerra às drogas" como pretexto para controlar América Latina, diz presidente da Bolívia
Luis Arce denuncia envio de forças armadas norte-americanas ao Caribe e afirma que objetivo real é o domínio político e econômico da região
247 – O presidente da Bolívia, Luis Arce, acusou os Estados Unidos de utilizar a chamada "guerra às drogas" como fachada para ampliar sua influência política e econômica sobre a América Latina. A declaração foi feita nesta quarta-feira (21) durante a 13ª Cúpula Extraordinária da Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América (Alba), em intervenção por videoconferência. As informações foram publicadas pelo portal RT.
Segundo Arce, o recente envio de tropas navais e aéreas norte-americanas para o sul do mar do Caribe não tem como objetivo real combater o narcotráfico, mas sim reforçar o controle geopolítico dos EUA na região. “Sabemos que por trás dessa fracassada guerra internacional contra as drogas está o verdadeiro objetivo de controlar geopoliticamente a América Latina por seus recursos naturais e desarticular povos organizados, para que não possamos seguir nosso próprio caminho soberano”, declarou o presidente boliviano.
Críticas ao modelo norte-americano
Arce também afirmou que Washington deveria enfrentar as causas internas do narcotráfico, em vez de militarizar a região. Ele pediu ao governo norte-americano que reduza a demanda doméstica por drogas, desmonte a indústria de armas e combata a cultura consumista que, segundo ele, sustenta o tráfico.
O presidente da Bolívia ainda classificou as recentes ações dos EUA contra o presidente venezuelano Nicolás Maduro como um ataque direto à soberania regional e uma afronta a um governante democraticamente eleito. No mês passado, a administração norte-americana ampliou a ofensiva ao designar o chamado “Cartel de los Soles” como organização criminosa, alegando que ele seria liderado por Maduro e por autoridades de alto escalão de seu governo e das Forças Armadas da Venezuela.
Escalada contra Maduro
As tensões aumentaram neste mês após os Departamentos de Estado e de Justiça dos EUA dobrarem a recompensa por informações que levem à prisão de Maduro, elevando-a para 50 milhões de dólares. Washington também alegou que o presidente venezuelano estaria colaborando com os cartéis de Sinaloa, no México, e Tren de Aragua, na Venezuela.
Maduro, indiciado por tráfico de drogas por um tribunal federal dos EUA em 2020, ainda durante o primeiro mandato do atual presidente norte-americano Donald Trump, nega todas as acusações. O líder venezuelano afirma que se trata de uma perseguição política, parte de uma estratégia de Washington para desestabilizar e derrubar seu governo.
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