EUA bombardeiam segundo barco no Pacífico em 48 horas
Novo ataque autorizado por Donald Trump reacende críticas na ONU por violação do direito internacional
247 - Os Estados Unidos realizaram um novo bombardeio contra uma embarcação no Oceano Pacífico, o segundo em menos de 48 horas. A ação militar, que deixou três mortos, foi autorizada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A ofensiva faz parte da alegada campanha antidrogas do governo Trump, que recentemente ampliou seu alcance para além do Caribe, estendendo-se a rotas marítimas do Pacífico.
Em uma rede social, o secretário de Guerra, Pete Hegseth, afirmou que “nossa inteligência sabia que a embarcação estava envolvida em contrabando ilícito de narcóticos, transitando por uma rota conhecida de narcotráfico e transportando narcóticos”. Hegseth também relatou que “três narcoterroristas do sexo masculino estavam a bordo da embarcação durante o ataque, que foi conduzido em águas internacionais”.
Trump defende legalidade e promete nova ofensiva
Questionado sobre a legalidade das operações, Trump respondeu que os Estados Unidos têm autoridade para realizar bombardeios em águas internacionais. O presidente justificou as ações afirmando que cerca de “300 mil pessoas morreram nos EUA por problemas relacionados às drogas” e prometeu intensificar a campanha de combate ao narcotráfico.
“Os ataques no mar farão com que os traficantes comecem a agir por terra”, declarou Trump. “E nós vamos atingi-los muito forte quando eles vierem por terra. Provavelmente iremos ao Congresso e explicaremos exatamente o que estamos fazendo, quando chegarmos por terra”, disse Trump, de acordo com a reportagem.
Além disso, Trump acusou o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, de conivência com o tráfico de drgas, alegando que o país vizinho falha em combater o narcotráfico — acusação que Petro rejeitou de forma categórica.
ONU denuncia violações ao direito internacional
A nova ofensiva estadunidense provocou fortes críticas internacionais. Um grupo independente de especialistas da Organização das Nações Unidas (ONU) afirmou que os ataques violam o direito internacional e configuram “execuções extrajudiciais”.
O grupo, vinculado ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, destacou que as ações infringem a soberania de países sul-americanos e violam as “obrigações internacionais fundamentais” dos Estados Unidos de não intervir em assuntos internos de outras nações.
Em comunicado, os especialistas afirmaram que “mesmo que as alegações de combate ao tráfico de drogas fossem comprovadas, o uso de força letal em águas internacionais sem base legal adequada viola o direito internacional do mar”. Eles ainda alertaram que “esses movimentos são uma escalada extremamente perigosa, com graves implicações para a paz e a segurança na região do Caribe”.
Os peritos informaram que entraram em contato com Washington e advertiram que uma ação militar direta ou secreta contra um Estado soberano representaria “uma violação ainda mais grave” da Carta das Nações Unidas.


