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EUA ampliam pressão sobre Maduro com exercícios militares em país vizinho à Venezuela

Presidente dos EUA, Donald Trump, amplia presença militar estadunidense perto da Venezuela sob o pretexto de combater o narcotráfico

Foto de archivo del USS Gravely en el puerto de Gdynia en Polonia June 7, 2022. (Foto: KACPER PEMPEL)

247 - Os Estados Unidos iniciaram neste domingo (26/10) uma nova operação militar no Caribe, enviando navios de guerra e fuzileiros navais para Trinidad e Tobago, país vizinho à Venezuela. A movimentação, que inclui o destróier USS Gravely, é vista como parte da estratégia de Washington para aumentar a pressão sobre o governo de Nicolás Maduro, acusado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, de envolvimento com o narcotráfico.

Segundo o Metrópoles, o comunicado oficial do governo de Trinidad e Tobago. O documento confirma que o USS Gravely permanecerá no território entre 26 e 30 de outubro, em ações de “cooperação militar” e “segurança regional”. Segundo as autoridades locais, os exercícios fazem parte de um esforço conjunto de defesa e de fortalecimento das relações entre Port of Spain e Washington.

Aliança reforçada no Caribe

A primeira-ministra trinitina, Kamla Persad-Bissessar, aliada de Trump, adotou desde sua posse, em maio de 2025, um discurso mais rígido contra imigração e criminalidade, especialmente ligada à Venezuela. Ela tem buscado aproximar seu país das políticas de segurança dos Estados Unidos, o que inclui uma maior presença militar estadunidense no Caribe.

Os exercícios contam com a participação da 22ª Unidade Expedicionária dos Fuzileiros Navais dos EUA, que realiza treinamentos conjuntos com as forças armadas de Trinidad e Tobago. A operação acontece poucos dias após um bombardeiro americano B-1B sobrevoar o mar do Caribe, próximo ao litoral venezuelano.

Escalada de tensão e operações recentes

Nas últimas semanas, Washington mobilizou sete navios de guerra no Caribe e um no Golfo do México. O governo Trump afirmou ter realizado nove ataques na região, que resultaram em pelo menos 37 mortes. As autoridades americanas alegam que as ações têm como foco o combate ao narcotráfico e a desarticulação de grupos supostamente ligados ao governo venezuelano.

Durante um evento na Casa Branca, Donald Trump declarou que os Estados Unidos continuam “descontentes com a Venezuela por várias razões”. Ele acusou Caracas de “esvaziar suas prisões” e enviar criminosos “para nosso país”. O presidente americano ainda afirmou que “não vai necessariamente pedir a aprovação de uma declaração de guerra” ao Congresso, que tem poder constitucional para autorizar uma intervenção militar.

Maduro reage e defende soberania venezuelana

Em resposta, o presidente Nicolás Maduro adotou tom pacífico e irônico: “Yes, peace, yes, peace forever! No crazy war”, declarou em inglês. Em seguida, agradeceu o apoio de aliados estratégicos. “Obrigado ao presidente Vladimir Putin, obrigado à Rússia, obrigado à China e obrigado a muitos amigos no mundo. A Venezuela tem equipamentos para garantir a paz”, disse Maduro, de acordo com a reportagem.

Maduro afirmou que os Estados Unidos usam o combate ao narcotráfico como pretexto “para impor uma mudança de regime” e controlar as reservas de petróleo do país. O ministro da Defesa, Vladimir Padrino, reforçou essa acusação, afirmando que “qualquer operação da CIA contra o país está fadada ao fracasso”. Segundo ele, “sabemos que a CIA está presente, mas toda tentativa vai fracassar”.

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