Brasil manifesta preocupação com ofensiva militar dos EUA na Venezuela
Itamaraty acompanha com apreensão nova escalada militar dos Estados Unidos e Lula deve cobrar respeito à soberania venezuelana
247 - O governo brasileiro acompanha com apreensão os desdobramentos da ofensiva militar anunciada pelos Estados Unidos contra a Venezuela. O alerta foi aceso após o atual presidente norte-americano, Donald Trump, afirmar que pretende realizar novos ataques terrestres ao país vizinho. A escalada de tensões gerou forte reação no Palácio do Planalto e colocou o tema no centro da diplomacia brasileira.
De acordo com Paulo Cappelli, do Metrópoles, o Itamaraty avalia com “grande preocupação” a movimentação norte-americana na região. A preocupação é compartilhada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que busca se firmar como mediador político e defensor da soberania latino-americana. Lula deve levar esse posicionamento diretamente a Trump em uma reunião que ocorrerá nos próximos dias.
Clima de tensão e cautela diplomática
Fontes diplomáticas ouvidas pelo Metrópoles descrevem um ambiente de expectativa e cautela no governo brasileiro. A avaliação interna é de que a ofensiva dos EUA pode abalar o diálogo cordial que Lula vinha mantendo com Trump desde o início do novo mandato de ambos.
Um assessor do presidente brasileiro, ouvido sob reserva, afirmou que o encontro entre os dois líderes “não será fácil”. Segundo ele, o momento é “delicado, mas estratégico” para o Brasil, que tenta equilibrar a defesa da soberania regional sem romper com Washington.
“A reunião será uma oportunidade para o Brasil marcar posição sem comprar briga”, disse o assessor, destacando a postura de equilíbrio adotada pelo Planalto diante da crescente tensão continental.
Papel do Brasil na mediação latino-americana
Lula pretende reforçar a mensagem de que o Brasil não apoia qualquer tipo de intervenção externa em território venezuelano. O governo brasileiro aposta no diálogo e em soluções diplomáticas para evitar que a crise se transforme em um conflito regional.
Com a ofensiva norte-americana, a política externa brasileira enfrenta um de seus maiores testes desde o início do terceiro mandato de Lula. O Itamaraty busca preservar o papel do país como voz moderada na América do Sul, capaz de dialogar tanto com Washington quanto com Caracas, mantendo a defesa dos princípios de autodeterminação e paz entre as nações.


