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Brasil manifesta preocupação com ofensiva militar dos EUA na Venezuela

Itamaraty acompanha com apreensão nova escalada militar dos Estados Unidos e Lula deve cobrar respeito à soberania venezuelana

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva - 26/09/2025 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

247 - O governo brasileiro acompanha com apreensão os desdobramentos da ofensiva militar anunciada pelos Estados Unidos contra a Venezuela. O alerta foi aceso após o atual presidente norte-americano, Donald Trump, afirmar que pretende realizar novos ataques terrestres ao país vizinho. A escalada de tensões gerou forte reação no Palácio do Planalto e colocou o tema no centro da diplomacia brasileira.

De acordo com Paulo Cappelli,  do Metrópoles, o Itamaraty avalia com “grande preocupação” a movimentação norte-americana na região. A preocupação é compartilhada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que busca se firmar como mediador político e defensor da soberania latino-americana. Lula deve levar esse posicionamento diretamente a Trump em uma reunião que ocorrerá nos próximos dias.

Clima de tensão e cautela diplomática

Fontes diplomáticas ouvidas pelo Metrópoles descrevem um ambiente de expectativa e cautela no governo brasileiro. A avaliação interna é de que a ofensiva dos EUA pode abalar o diálogo cordial que Lula vinha mantendo com Trump desde o início do novo mandato de ambos.

Um assessor do presidente brasileiro, ouvido sob reserva, afirmou que o encontro entre os dois líderes “não será fácil”. Segundo ele, o momento é “delicado, mas estratégico” para o Brasil, que tenta equilibrar a defesa da soberania regional sem romper com Washington.

“A reunião será uma oportunidade para o Brasil marcar posição sem comprar briga”, disse o assessor, destacando a postura de equilíbrio adotada pelo Planalto diante da crescente tensão continental.

Papel do Brasil na mediação latino-americana

Lula pretende reforçar a mensagem de que o Brasil não apoia qualquer tipo de intervenção externa em território venezuelano. O governo brasileiro aposta no diálogo e em soluções diplomáticas para evitar que a crise se transforme em um conflito regional.

Com a ofensiva norte-americana, a política externa brasileira enfrenta um de seus maiores testes desde o início do terceiro mandato de Lula. O Itamaraty busca preservar o papel do país como voz moderada na América do Sul, capaz de dialogar tanto com Washington quanto com Caracas, mantendo a defesa dos princípios de autodeterminação e paz entre as nações.

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