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Estados Unidos intensificam presença militar no Caribe com envio do porta-aviões USS Gerald Ford

Operação antidrogas ordenada pelo presidente Donald Trump é criticada por governos latino-americanos, que veem na ação uma ameaça à paz regional

Porta-aviões Gerald Ford (Foto: International Press)

247 – O governo dos Estados Unidos ampliou sua presença militar no mar do Caribe com o envio do USS Gerald Ford, o maior porta-aviões do mundo. A operação foi ordenada pelo presidente Donald Trump em outubro e faz parte de uma estratégia antidrogas que, segundo o Pentágono, busca “reforçar a capacidade dos EUA para detectar, monitorar e desbaratar atores e atividades ilícitas que comprometam a segurança e a prosperidade da Pátria”. As informações são da teleSUR.

A incorporação do USS Gerald Ford, um navio de propulsão nuclear capaz de transportar mais de 75 aeronaves militares, incluindo caças F-18 Super Hornet e aviões de alerta antecipado E-2 Hawkeye, provocou críticas de diversos governos latino-americanos. Para eles, a ação representa uma ameaça direta à soberania da região, declarada zona de paz há uma década pela Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).

Bombardeios e denúncias de abusos

Apesar de o Pentágono afirmar que o objetivo da operação é o combate ao narcotráfico, denúncias de bombardeios contra embarcações suspeitas de transportar drogas no Caribe e no Pacífico levantaram questionamentos sobre a verdadeira natureza da missão. Relatórios apontam dezenas de vítimas fatais em ações militares recentes.

A operação, que cobre Centroamérica, América do Sul e o Caribe, também inclui o deslocamento de navios de guerra, um submarino, aviões de combate e tropas norte-americanas, principalmente em áreas próximas às costas da Venezuela.

Pressões contra o governo Maduro

A escalada militar ocorre paralelamente a uma campanha política e econômica de Washington contra o governo venezuelano. Além da presença militar, os Estados Unidos ofereceram recompensas em dinheiro por informações que levem à captura do presidente Nicolás Maduro, a quem acusam, sem apresentar provas, de liderar um suposto cartel do narcotráfico.

Governos e analistas da região avaliam que o endurecimento da política de Trump faz parte de uma estratégia de desestabilização e de controle geopolítico sobre a América Latina e o Caribe, especialmente em um momento de crescente cooperação entre países do Sul Global.

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