Maior porta-aviões do mundo entra em águas da América Latina e amplia tensão entre EUA e Venezuela
Escalada militar dos EUA na região do Caribe é ampliada com a chegada do USS Gerald Ford
247 - O maior porta-aviões do mundo, o USS Gerald Ford, chegou à América Latina nesta terça-feira (11). A movimentação naval reforça o aumento da presença militar dos Estados Unidos na região e eleva a tensão com a Venezuela. A medida é interpretada como um gesto de pressão direta sobre o governo de Nicolás Maduro, que ordenou uma mobilização massiva de tropas em resposta.
O navio integra uma frota composta por oito navios de guerra, um submarino nuclear e aeronaves F-35, como parte de uma série de operações navais, aéreas e terrestres que o Pentágono tem intensificado no Caribe e em Porto Rico, onde reativou uma base militar fechada há mais de duas décadas, destaca a Folha de S. Paulo, citando a agência Reuters.
Pressão sobre o governo venezuelano
Desde o agravamento da crise diplomática, os Estados Unidos realizaram ao menos quatro missões de bombardeiros na costa venezuelana e vêm atacando embarcações suspeitas de ligação com o narcotráfico. Os ataques já deixaram ao menos 75 pessoas mortas. Washington acusa Maduro de liderar um cartel internacional de drogas, acusação que o presidente venezuelano nega categoricamente.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mantém diferentes opções estratégicas em aberto, segundo relatos da imprensa americana. Há especulações de que a Casa Branca teria autorizado ações de inteligência em solo venezuelano para enfraquecer o poder de Maduro.
Reação e apelo de aliados internacionais
O governo venezuelano reagiu à presença militar americana, classificando-a como uma "provocação" e um risco à soberania nacional. Maduro tem alternado entre discursos de mobilização e apelos por diálogo, pedindo que Washington "pare de fabricar uma guerra".
Aliados de Caracas, como Rússia, China e Irã, manifestaram preocupação com a escalada militar. Na última sexta-feira (7), a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, declarou que Moscou "está pronta para atender aos apelos da Venezuela por ajuda" caso a situação se agrave, embora não haja indícios claros de intervenção direta.
Escalada militar dos EUA na América Latina
O deslocamento do USS Gerald Ford é visto por analistas como parte de uma estratégia de dissuasão e demonstração de força. O porta-aviões, considerado o mais avançado da frota dos EUA, é capaz de operar dezenas de aeronaves simultaneamente e permanecer em missão prolongada em mar aberto.
Com essa movimentação, Washington amplia sua influência no Caribe e envia um sinal claro de que está disposta a endurecer sua postura diante de Maduro. Já Caracas vê o gesto como tentativa de intimidação e alerta para o risco de uma escalada militar sem precedentes na América Latina.


