Dina Boluarte sofre impeachment; presidente do Congresso assume a presidência do Peru
O Congresso peruano aprova o afastamento de Dina Boluarte e nomeia novo presidente do país
247 - O Congresso do Peru aprovou, na madrugada desta sexta-feira (10), o impeachment da presidência de Dina Boluarte, com 123 votos a favor, 1 contra e 1 abstenção. A medida, que foi impulsionada por diversos partidos, invocou a "incapacidade moral permanente" da presidente, conforme o artigo 113 da Constituição do país. Este movimento marca o fim de um período de proteções parlamentares a Boluarte, que, até então, contava com o apoio de setores significativos do Congresso. A informação é do jornal La Repúiblica
José Jerí, presidente do Congresso, assume imediatamente a presidência do Peru, em conformidade com a Constituição. Em um ato formal, Jerí recebeu a faixa presidencial das mãos do deputado Fernando Rospigliosi, membro da bancada fujimorista. Sua ascensão ao cargo ocorre após a destituição de Boluarte, que teve sua gestão marcada por graves crises políticas e sociais.
O Congresso começou a debater a moção de afastamento de Boluarte no início de outubro, com a assinatura de diversas moções de impeachment. Entre os principais apoiadores da destituição estava o Bloco Democrático Popular, cujos membros apresentaram a primeira moção. O processo ganhou força à medida que outros partidos, como Força Popular e Renovação Popular, se manifestaram em favor da vacância, enquanto outras facções como "Honra" e "Democracia" se abstiveram ou se opuseram.
A ex-presidente se manifestou após a votação favorável ao seu afastamento, dizendo: "Recebi a faixa presidencial pelo Congresso, o mesmo Congresso que hoje votou pela vacância presidencial... Não pensei em mim, mas nos mais de 34 milhões de peruanos que merecem um crescimento de estabilidade democrática sem corrupção."
Com a vacância de Boluarte, José Jerí assume a presidência da República, conforme estipulado pelo artigo 115 da Constituição do Peru. A transição de poder ocorre em meio a um cenário de incerteza política e sociais tensões intensificadas no país. A vacância foi resultado de um amplo apoio parlamentar, que incluiu a adesão de forças políticas como Aliança Para o Progresso, Podemos Peru e Juntos por el Perú.


